segunda-feira, outubro 01, 2007

# CCXVIII - ... y el vivo a la travesura!


(Foz do Porto, Agosto de 2006, dia de S. Bartolomeu)

Quando chega Outubro, lembro-me da ansiedade vivida em tempos idos, de miúdo para quem a escola era o escape à monotonia dos dias loooooooongos de férias que não tinham mais fim. Eram tão grandes, as férias, que até chateavam...

E recordo que, de todos, o mês favorito era o Outubro. O Outubro dos meus anos, dos anos da minha mãe (pensava agradar-lhe dizendo que gostava mais do mês em que ela fazia anos!), das vindimas (que cumpriam calendário, em Outubro, sempre)... e do regresso à escola. Ao cheiro dos livros novos (cheios de segredos, de histórias novas, extractos de outras histórias maiores - como seriam?), aos cadernos, às imensas folhas em branco esperando que eu as preeenchesse - que lhes depositasse as minhas confidências, os meus sonhos e devaneios - usando outras esferográficas, outros lápis de cor, outros marcadores de feltro, outros guaches e, até, tinta da china!

Ainda hoje gosto do mês de Outubro. Haverá lá melhor maneira maneira de começar um qualquer mês? Atribuir ao primeirinho dos seus dias o DIA MUNDIAL DA MÚSICA!!!

Pensei muito em que música poria neste post...andei pelos clássicos vocais, pelos instrumentais, por eruditas, pela world music e afins. Por aquelas músicas que resistiram ao passar dos (muitos) anos, pelas que são hinos conhecidos em grande parte do mundo... e detive-me na música popular. A que se faz pelo prazer de a tocar/cantar/partilhar, sem haver interesses financeiros associados. E dei por mim a pensar em coretos... e em bandas. N' A banda do Chico, em várias línguas... e nesta do Don Antonio Aguilar, cantada pela Graciela Beltrán - Que Me Entierren Con La Banda!

É isto! É isto que a música me traz...alegria de viver, o incentivo de dizer não às minudências comezinhas da vida...seguir adiante!!!



Que Me Entierren Con La Banda



El dia en que yo me muera
que me entierren con la banda
que no me anden con lutitos
que es pura propaganda.

Mi vida siempre es alegre
siempre andando de caramba
por eso quiero me lleven
paseando-me con la banda.

Y al tranco de un buen caballo
y al son de una balacera
con diez cajas de cerveza
y la joven que yo quiera.

Me gusta rifar mi suerte
y jugarme hasta la vida
para curarme las heridas
con mi negra consentida.

La noche siempre es bonita
para empezar las parrandas
y amanecer por las calles
paseandome con la banda

Soy de puro sinaloa
donde se rifan los hombres
yo me paseo con la banda
brindando con mis amores

Me gusta jalar la banda
por todita la region
me alegra tratar amigos
que le sobre corazon

el muerto a la sepultura
y el vivo a la travesura
la mujer que va creciendo
que deje de ser criatura

Ya con esta me despido
amigos de las parrandas
yo solamente les pido
que me entierren con la banda.





7 comentários:

Colibri disse...

Bonito post, Tsiwari

Este saudar OUTUBRO,também eu nele nascida, trouxe-me os odores saborosos dos cadernos, dos lápis, dos livros... hum, que aroma divinal!

E não podia deixar de ser!!Em Outubro, o Dia Mundial da Música!! Se só agora, mediante o teu post, associei que Outubro se inaugurava em música, a verdade é que não podia ser de outro modo: homenagearam dois melómanos - nós! (que modesta) :)

Uma palavra para a escolha das Bandas - excelente!!! Por toda a simplicidade que contêm, por toda a história que transportam, por nelas se espelhar a gente, a nossa terra: o viver a música prazenteira e "presenteira" do quotidiano.

Outubro: cores, cheiros, sons, gentes, vivências.

Que me entierren con la Banda!!

Rosa dos Ventos disse...

Gostei do teu post, do teu Outubro que é um pouco o de todos nós, mesmo dos mais novos...
Adoro bandas e canto num coro de uma Associação que também tem uma banda!
Bela homenagem ao Dia Mundial da Música...

Abraço

tsiwari disse...

colibri : há muito que não te via voando por estas bandas! Obrigado pela visita e pelas tuas palavras, sempre tão agradáveis. ***

Rosa dos Ventos: que sempre cantes! ;)**

Anónimo disse...

Eu confesso que sempre preferi Setembro, que, durante alguns anos, passei na aldeia.

A letra desta canção lembra-me o poema "Fim", do Mário de Sá-Carneiro, que é assim: "Quando eu morrer/ Batam em latas,/ Rompam aos saltos e aos pinotes,/ Façam estalar no ar chicotes,/ Chamem palhaços e acrobatas!/ Que o meu caixão vá sobre um burro/ Ajaezado à andaluza.../ A um morto nada se recusa,/ E eu quero por força ir de burro!"

Bom fim-de-semana. :)

deep

tsiwari disse...

deep: ...e que os Trovante trouxeram para o domínio público. Ao ler o poema, ouço o LRepresas a cantar " a um morto nada se recusa...".

Bom fim de semana?? Já??

***

Anónimo disse...

Como tu sempre achei as férias longas demais, ainda hoje assim penso...não quero com isto pedir mais trabalho...hehehe, mas também é o mês do meu aniversário,o início do tempo mais fresquinho, das folhas castanhitas e do aconchego:)))

Bom fim de semana

Anónimo disse...

Post terno,em tom outonal.Em tempos idos de juventude adorava o Outono e a sua mística nostalgia. Hoje, não lhe encontro o mesmo encanto mas, guardo a calma, os tons e os cheiros.
Um abraço de Parabéns!