quarta-feira, maio 31, 2006

# XLIX - Brandos costumes...





(De autor desconhecido, a menos da concordância, em género, do agradecimento que é da minha responsabilidade)

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Já aqui referi que é um aspecto de somenos importância, este da avaliação dos pais.

Pais capazes de avaliar, são pais com capacidade de participação na vida escolar dos filhos. Desses, quero eu muitos na escola. Sempre lamentei não os ter....não é agora que os afugentarei.

Fica o apontamento de humor. Este também faz falta em qualquer local de trabalho! ;)

P.S. - Humor à parte, parece haver uma troca de papéis... a corrupção AGORA causa indignação?

terça-feira, maio 30, 2006

# XLVIII - Mesmo na noite mais triste/ Em tempo de servidão

"O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas"


Ward
Soam tempos de ajustamentos de velas!
(Fotografia obtida numa noite de Agosto/05, no pequeno lugar de Quiaios)

segunda-feira, maio 29, 2006

# XLVII - Quando um homem se põe a pensar... (saudades de Zeca Afonso, dos que não nasciam vencidos)


(Mil contributos para um só sol)


A respeito da proposta de alteração do Estatuto da Carreira Docente...

Parece-me que o essencial da proposta está a ser esquecido por um fait-divers (a avaliação pelos pais). Isso é o menos preocupante...apesar de ridículo, em muitos casos.

Preocupante é numa escola só poder existir 1/3 de professores titulares... q justiça há nisto? Se alguém trabalha numa escola onde há um número significativo de professores actualmente nos 9.º ou 10.º escalões, apesar de ter 18 anos de serviço e uma carreira cheia de Bons, pura e simplesmente fica estagnado no vencimento e nas atribuições. Então a progressão não depende do professor em si, do trabalho que desenvolve, mas sim de ter ou não "colegas idosos" na escola onde ensina?

Como se entende que num diploma publicado agora, ainda se fale em 22 horas de serviço lectivo?- vide artigo 77.º - 24 segmentos de 45 minutos, é isso? Andam a escrever sobre o joelho...

Como se avaliam os órgãos de gestão? O Presidente - em portaria própria....como? Os vice-presidentes...?

O Presidente da Assembleia também tem que ser titular, (licenciado, portanto, no mínimo) mais especialista em que coisa das ESE's?

Os professores, individualmente, são responsáveis pelos índices de abandono escolar, da turma que leccionam? E do sucesso educativo das mesmas?

Um coordenador de departamento com, digamos, 20 professores... terá que os avaliar e assistir a 3 aulas de cada um??!!! 20 x 3 = 60 aulas?? Em que tempo?

A menção de Bom depende de uma efectivação de, pelo menos, 97% das aulas previstas...
Se tiver o azar - e toca a todos, infelizmente- de lhe morrer um progenitor...nesse ano não tem Bom, não progride.
Se um filho adoecer e precisar de acompanhamento....não progride.
Se o prof. adoecer, sem ser doença causada na escola(??), não progride...
Ainda haverá quem duvide da medida PURAMENTE economicista deste projecto?

Um professor que, se não estivesse """"""congelado""""", passaria para o nono escalão em Julho/06, será considerado professor TITULAR em Janeiro de 2007?

Alguém consegue entender o que está escrito no ponto 1 do artigo 61.º? Que n e N são aqueles?

Prémios pecuniários de desempenho??!! Já vamos nisto?

Como é que um professor pode justificar um atraso de 10 minutos, pela manhã, porque, por exemplo, apanhou uma fila de camiões em trânsito lento? Porque teve um furo num pneu? Com atestado? Não nos esqueçamos que o horário dum professor é contabilizado ao minuto...

O que querem dizer no artigo 109.º, alínea b) do ponto 2???Substituir na componente não lectiva? Alguém que exerça pelo professor a coordenação de departamento, por exemplo? Não entendo...

Alguma cogitação mais, registem s.f.f.

;)

ou antes,

;(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((

# XLVI - Tão sábios que eles são - III


A IDADE CERTA PARA CASAR

'Aos oitenta e quatro anos, porque nesta idade já não precisamos de trabalhar e podemos passar o dia inteiro a namorar com a outra pessoa.'
Júlia - 8 anos

'Eu vou-me casar assim que sair do infantário.'
Tomás - 5 anos


SOLTEIRO OU CASADO ?

'As raparigas devem ficar solteiras. Os rapazes devem casar-se para terem alguém que lhes limpe a roupa e lhes faça a comida.'
Catarina - 9 anos
'Fico com dor de cabeça só de pensar nesse assunto. Sou muito pequena para pensar nesses problemas.'
Lina - 9 anos
'Uma das pessoas deve saber preencher um cheque. Mesmo que haja muito amor, é sempre necessário pagar as contas.'
Eva - 8 anos

domingo, maio 28, 2006

# XLV - E se nos fosse dada outra vida?


(No jardim municipal, num domingo de Maio/06)



Outra vida
Letra e música : João Afonso

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
De elefantes, baleias, cais e canções
Na preguiça do panda, na destreza do lince
Vou abrir a Pandora onde Deus não existe
Entre tudo e nada, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
De golfinhos e águias, do silêncio das águas
Regressado aos sentidos e à razão dos bichos
Dos espaços perdidos, na asa do condor
No fundo do mar, saber quem sou

Quero ser noutra vida mensageiro de emoções
Porta-voz de ondas, tradutor de ilusões
ser menos ainda que um pequeno carreiro
Descobrir o mistério do Universo inteiro
Emprestar a vida, descobrir quem sou





(Excerto de Outra Vida, do João Afonso)


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Quem não sonhou ainda com uma segunda oportunidade?

Paraquem gosta de músicas melódicas, muito bem construídas, diferentes do que se ouve todos os dias, João Afonso recomenda-se VIVAMENTE!

sábado, maio 27, 2006

# XLIV - They bring you up to do like your daddy done...


(Ponte de Lima, Maio/06)

The River
Bruce Springsteen


I come from down in the valley where mister when you’re young
They bring you up to do like your daddy done
Me and Mary we met in high school when she was just seventeen
We'd ride out of that valley down to where the fields were green

We'd go down to the river
And into the river we'd dive
Oh down to the river we'd ride

Then I got Mary pregnant and man that was all she wrote
And for my nineteen birthday I got a union card and a wedding coat
We went down to the courthouse and the judge put it all to rest
No wedding day smiles no walk down the aisle
No flowers no wedding dress

That night we went down to the river
And into the river we'd dive
On down to the river we did ride

I got a job working construction for the Johnstown company
But lately there ain’t been much work on account of the economy
Now all them things that seemed so important
Well mister they vanished right into the air
Now I just act like I don’t remember, Mary acts like she doesn’t care
But I remember us riding in my brothers car
Her body tan and wet down at the reservoir
At night on them banks I'd lie awake
And pull her close just to feel each breath shed take
Now those memories come back to haunt me, they haunt me like a curse
Is a dream a lie if it don’t come true
Or is it something worse that sends me

Down to the river though I know the river is dry
Down to the river, my baby and I
Oh down to the river we ride



(excerto do The River, pelo Boss)


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Tinha eu a idade do tipo da canção ... e entendia-o tão bem!

quinta-feira, maio 25, 2006

# XLII - Tão sábios que eles são - II


Grandes ensinamentos dados por gente pequena...

'Quantos mais erros faço mais esperta fico.'
Inês - 8 anos

'Há muitas coisas que a gente sabe e que as notas não dizem.'
Rita - 10 anos

'Quando as coisas estão escritas em letras pequenas é porque são importantes.'
Diogo - 10 anos

ATRACÇÃO FATAL

'Nao sei. Acho que é por causa do cheiro das pessoas. Por isso é que os perfumes e os desodorizantes são tão populares.'
João - 9 anos

'Primeiro temos que ser atingidos por uma seta. Depois, deixa de ser uma experiência dolorosa.'
Helena - 8 anos

'Se uma pessoa tiver sardas, ela vai-se sentir atraida por outra que também tenha sardas.'
André - 6 anos

# XLI - Gente humilde


[Senhoras] - (Hoje, em Vilela, Paredes)



A Gente Nao Lê
(Carlos Tê / Rui Veloso)


Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
E rogar a Deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão

Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais

E do resto entender mal
Soletrar, assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz

Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria

De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruidos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira

Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós ja vem


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De todas as magníficas canções da dupla Carlos Tê/Rui Veloso, há uma que sempre me fascinou.
Fico-lhe completamente preso, e os meus pensamentos voam... passam por mim, calmamente, todas aquelas pessoas lindas que fui conhecendo ao longo da vida e que tinham o coração genuíno de que fala a canção.
Conheço mais versões deste tema. Fica aqui um bocadinho da que mais gosto: a da Isabel Silvestre.



(Excerto de A gente não lê, por Isabel Silvestre)


quarta-feira, maio 24, 2006

# XL - Tão sábios que eles são - I

Grandes ensinamentos dados por gente pequena...

'Se a tua mãe esteve a discutir com o teu pai, não a deixes pentear-te.'
Sara - 12 anos

'Se gostavas de ter um cão, começa por pedir um cavalo.'
Luis - 13 anos

'Nunca te metas com uma miúda que já te bateu uma vez'
Pedro - 9 anos

'Se quiseres dar banho a um gato, prepara-te para tomares um também.'
João - 10 anos

'Nunca se deve confiar num cão para guardar a nossa comida.'
Gonçalo -11 anos

'Nunca entre numa corrida com os atacadores desapertados.'
André - 12 anos

terça-feira, maio 23, 2006

# XXXIX - Dice che era un bell'uomo e veniva


(Bastida, de Joaquin Sorolla)

QUATTRO MARZO 1943
Lucio Dalla

Dice che era un bell'uomo e veniva, veniva dal mare
parlava un'altra lingua, però sapeva amare
e quel giorno lui prese a mia madre,
sopra un bel prato
l'ora più dolce, prima d'essere ammazzato.

Così lei restò sola nella stanza, la stanza sul porto
con l'unico vestito, ogni giorno più corto
e benchè non sapesse il nome e neppure il paese
m'aspettò come un dono d'amore,
fino dal primo mese.

Compiva sedici anni,quel giorno la mia mamma
le strofe di taverna,le cantò a ninna nannae
stringendo mi al petto che sapeva, sapeva di mare
giocava a far la donna, col bambino da fasciare.

E forse fu per gioco, e forse per amore
che mi volle chiamare, come Nostro Signore
della sua breve vita il ricordo,
il ricordo più grosso
è tutto in questo nome, che io mi porto addosso.

E ancora adesso che gioco a carte e bevo vino
per la gente del porto mi chiamo,
Gesù Bambino
e ancora adesso che gioco a carte e bevo vino
per la gente del porto mi chiamo,
Gesù Bambino



(excerto de Gesù Bambino, por Lucio Dalla)

# XXXVIII - Reformas na educação

"A revolução, em França, prossegue a ritmo acelerado. É lá proclamado que a rainha das abelhas passa a ser chamada "abelha-mestra".
Monsieur encolhe os ombros, divertido:
- Mudar-lhe o nome não lhe altera a natureza. As abelhas não vão deixar de precisar dela por isso. Vamos continuar a chamar-lhe rainhas."

(excerto de O discípulo do Apicultor, de Sara George)

segunda-feira, maio 22, 2006

# XXXVII - Ele vinha sem muita conversa...


(Fisherwoman, de Winslow Homer)


Minha História (Gesù Bambino)

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente

Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido cada dia mais curto

Quando enfim eu nasci minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré

Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor

Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de Menino Jesus



(Excerto de Minha História, de Chico Buarque/Dalla/Pallotino, por Ney Matogrosso)

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Embora muitos de nós atribuamos esta canção a Chico Buarque, a verdade é que é uma versão da italiana Gesù Bambino, da dupla Lucio Dalla/P. Pallotino.
Outra curiosidade é que a sua edição, em 1971, no Brasil de então, esteve vetada ''por ser incompatível com o respeito que se deve às convicções religiosas existentes no país'', como está escrito ao lado da letra enviada para a Censura, hoje constante do Arquivo Nacional Brasileiro.
O indivíduo que dera o parecer acreditava estar a defender os valores da revolução brasileira. Acabou, a canção, por ser autorizada e foi um sucesso absoluto.

# XXXVI - A música, a letra, a imagem...




Igual a uma borboleta
Vagando triste por sobre a flor
Teu nome sempre em meus lábios
Irei chamando por onde for



(Trecho de Meu primeiro amor, de H. Gimenez, interpretado por Maria Bethânia e Caetano Veloso)

domingo, maio 21, 2006

# XXXV - Poesia I - Manuel Bandeira


...........................................................................
Irene no céu

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

# XXXIV - Divas - Dois - Chavela Vargas


(La más, más, más GRANDE.... la Chavela Vargas)


EN EL ULTIMO TRAGO

Tómate esta botella conmigo
en el último trago nos vamos
quiero ver a qué sabe tu olvido
sin poner en mis ojos tus manos
Esta noche no voy a rogarte
Esta noche te vas que de veras
que difícil trata de olvidarte
y que sienta que ya no me quieras

Nada me han enseñado los años
siempre caigo en los mismos errores
otra vez a brindar con extraños
y a llorar por los mismos dolores

Tómate esta botella conmigo
en el último trago me dejas
esperamos que no haya testigos
por si acaso te diera vergüenza
Si algún día sin querer tropezamos
no te agaches ni me hables de frente
simplemente la mano nos damos
y después que murmure la gente

Nada me han enseñado...


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E pensar que fizemos kilometros, que saímos do país, chegámos ao tal Coliseo e o concerto fora cancelado!

DESOLAÇÃO PLENA!

Valeu pelo passeio, pela companhia, pelo jantar...

sexta-feira, maio 19, 2006

# XXXIII - Divas - Um - Nina Simone


A sacerdotiza do Jazz e dos Blues.

Entregar-se, abandonar-se, deliciar-se ao som desta mulher... é viver um pedacinho de paraíso!


quarta-feira, maio 17, 2006

# XXXII - Voar


Quem ousa ser um Fernão Capelo Gaivota?


Obs: o tema instrumental que se pode ouvir faz parte da EXCELENTE banda sonora de Brokeback Mountain, muito justamente vencedora do Óscar para melhor banda sonora, 2006.




(The Wings, tema instrumental)
(Foto em 16/Maio/06)

segunda-feira, maio 15, 2006

# XXXI - Pigmeus armados em grandes, quem não os conhece?


(fev, 2006)


Quando te assustares com algum gigante, verifica antes de mais a posição do sol, não vá tratar-se simplesmente da sombra de um pigmeu!
(Von Hardenberg)

# XXX - Los grandes amores de muchos colores me gustan a mi


(No rio Ferreira, Lordelo, em Maio de 2006)



(Folklore mexicano)

De Colores

De colores, De colores se visten los campos En la primavera,
De colores, De colores son los pajaritos Que vienen de afuera,

De colores, De colores es el arcoiris Que vemos lucir,
Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi,
Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi,
Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi.

Canta el gallo, Canta el gallo con el Quiri, quiri, quiri, quiri, qui
La gallina, La gallina con el Cara, cara, cara, cara cara
Los polluelos, Los polluelos con el Pio, pio, pio, pio, pi

Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi,
Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi,
Y por eso los grandes amores De muchos colores me gustan a mi.
____________________________________________________

Quando amamos, o que queremos não será mesmo fazer caminho juntos?

Não será ele, o Amor, em si mesmo um caminho?

Que tenhamos todos a sorte de encontrar quem nos diga "Vamo-nos?!!"

domingo, maio 14, 2006

# XXIX - Desafio


(a sombra dos hábitos)


Fui desafiado, pela Vitória, do http://bitorinha.blogspot.com/, a enumerar cinco dos meus hábitos…
Cinco?? Não é hábito a mais? Tentando descrever (alguns dos confessáveis...):

1. Carro com música, sempre (alto q.b. para mim...isto é, muito alto!);
2. Desarrumação semi-organizada;
3. Máquina fotográfica digital atrás;
4. Jardinagem;
5. Ler enquanto como, se sozinho (chego a provocar a solidão às refeições, para ler).

Passo o desafio a:
A. Armandina - do http://luzpresenca.blogspot.com/;
B. Beija-flor - do http://colibriazul.blogspot.com/;
C. António - do http://funcionamento.blogspot.com/;
D. Teresa - do http://talvezpeninsula.blogspot.com/;
E. Tit - do http://ocantodovento.blogspot.com/;
F. IC - do http://msprof.blogspot.com/;
G. Amélia - do http://barcosflores.blogspot.com/.

# XXVIII - Tanto afilhado por nascer haveria





(Campanha da condoms4life.org, Bons católicos usam preservativo)

Perante ti, Deus, eu, Santa Madre Igreja, pecadora, me confesso!

Campanha dirigida a brancos, a pretos, a heteros, a gays, aos desenvolvidos, aos em vias de desenvolvimento, ...

# XXVII - Não se admire se um dia...





(versão de Fábio Jr.)



Não se admire se um dia,
um beija flor invadir
A porta da tua casa,
te der um beijo e partir
Foi eu que mandei o beijo
que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo,
ai que saudade d'ocê


Se um dia ocê se lembrar,
escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio,
com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo,
quero matar meu desejo
Lhe mando um monte de beijo
ai que saudade sem fim


E se quiser recordar aquele nosso namoro,
quando eu ia viajar
Você caía no choro,
eu chorando pela estrada,
mas o que eu posso fazer
trabalhar é a minha sina
eu gosto mesmo é d'ocê

(Fagner)

sábado, maio 13, 2006

# XXVI - Amarilis...Marílias!


(Hoje, 13 de Maio, no canteiro debaixo da janela do escritório)

Marílias... vivem de uma maneira tal, que a sua presença não se nota.

No entanto, a sua ausência faz-se sentir!

# XXV - Pois...

Há qualquer coisa que não está a funcionar bem no Ministério da Educação.
Existe uma determinação em abstracto do que se deve fazer, mas uma compreensão muito escassa da realidade concreta.
O que se passa com o ensino do Português e a aprendizagem dos textos literários é escandaloso. Onde deveria haver sensibilidade, finura e inteligência na compreensão da literatura, há apenas testes de resposta múltipla completamente absurdos. Assim não há literatura que resista.
Há tempos, dei o exemplo da regulamentação por minutos e distâncias de determinadas provas. O ministério respondeu-me que se baseavam na mais actualizada bibliografia e que tinham tido reacções entusiásticas perante tão inovadoras medidas. Não me convenceram minimamente.
Trata-se de dispositivos ridículos e hilariantes, que provocam o mais elementar bom senso.O problema reside em considerar os professores como meros funcionários públicos e colocá-los na escola em sumária situação de bombeiros prontos para ocorrer à sineta de alarme. Mas a multiplicação de reuniões sobre tudo e mais alguma coisa não permite que o professor prossiga na sua formação científica.
Quando poderá ler, quando poderá trabalhar, quando poderá actualizar-se? Não é certamente nas escolas que existem condições para isso.
Embora na faculdade eu tivesse um gabinete, sempre partilhado com mais quatro ou cinco pessoas, nunca consegui ler mais do que uma página seguida. Não existem condições de concentração.
Pelo caminho que as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta.
A escola transforma-se num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são angelicais cabeças louras. E com a cumplicidade dos pedagogos do ministério. Quando precisaríamos como de pão para a boca de um ensino sólido, estamos a criar uma escola tonta e insensata.
Neste benemérita tarefa tem-se destacado o secretário de Estado Valter Lemos. É certo que a personagem se diz e desdiz, avança e volta atrás, com a maior das facilidades. Mas o caminho para onde parece querer avançar é o de uma hostilização e incompreensão sistemática da classe dos professores.
Com isto prejudica o país, e prejudica o Governo, com um primeiro-ministro determinado e competente, mas que não pode estar atento a todos os pormenores. E prejudica o PS, mas não sei se isto o preocupa.
Vem agora dizer que o professor deve avisar previamente que vai faltar, o que no limite significa que eu prevejo com alguns dias de antecedência a dor de dentes ou a crise de fígado que vou ter. E que deve dar o plano da aula que poria em prática caso estivesse em condições. Donde, as matérias são totalmente independentes de quem as ensina, basta pegar no manual, e ala que se faz tarde.
Começa a tornar-se urgente uma remodelação do Governo, mas isso é tema delicado a que voltarei mais tarde.



Eduardo Prado Coelho

# XXIV - Conhecem as Astromélias?






(Hoje, no meu jardim)

Há destes tons... e fazem jarras maravilhosamente lindas!!!

quinta-feira, maio 11, 2006

# XXIII - O som que ele tem


(Na margem do Rio Ferreira, em Lordelo, no anoitecer de hoje)


Quando era menino e moço, nadei neste rio horas sem fim.

Éramos grupos de 3, 13, 23... Subíamos o rio, a nado, de ponte a ponte. Às vezes, passava por nós uma cobra de água e achavamos-lhe graça no seu nadar ondulante. Nem as ratazanas nos moviam. Se não nos metessemos com elas, nada nos acontecia. Caso contrário, fugiam. LOL!

Não éramos peritos em técnicas de natação, das que se aprendem nas piscinas municipais : o crawl, os bruços, as costas ou a mariposa. A maior parte de nós desenrascava-se... no início nadando "à cão", com a cabeça de fora, e bem gozados pelos restantes.

Eram Verões inteiros assim...

Quando regressavamos, quase noite, a casa vinhamos cansados e a combinar a tarde seguinte, no rio.

Pelo caminho, por vezes, usavamos estas flores que se podem ver na fotografia para, premindo a abertura e batendo com a flor na mão, fazermos sons. Às flores chamavamos "estreques", pelo som produzido, acho eu.

Ainda hoje não lhes conheço outro nome que melhor lhes assente...

quarta-feira, maio 10, 2006

# XXII - Quando morrer.


(Era Inverno, voltava de mais uma acção de formação...)



Cuando yo muera quiero tus manos en mis ojos:
quiero la luz y el trigo de tus manos amadas
pasar una vez más sobre mí su frescura:
sentir la suavidad que cambió mi destino.

Quiero que vivas mientras yo, dormido, te espero,
quiero que tus oídos sigan oyendo el viento,
que huelas el aroma del mar que amamos juntos
y que sigas pisando la arena que pisamos.

Quiero que lo que amo siga vivo
y a ti te amé y canté sobre todas las cosas,
por eso sigue tú floreciendo, florida,

para que alcances todo lo que mi amor te ordena,
para que pasee mi sombra por tu pelo,
para que así conozcan la razón de mi canto.

Pablo Neruda

# XXI - É só um segundo, por favor...


(Hoje, a caminho de casa)


"Grito vermelho, num campo qualquer."

terça-feira, maio 09, 2006

# XX - É tanto o que não sabemos


(Foto obtida em Setembro de 2005 - em Aveleda, Penafiel)

"Daria tudo o que sei, por metade daquilo que não sei."

Descartes

segunda-feira, maio 08, 2006

# XIV - Como se um anjo fosse...


(O anjo, do Passeio Alegre, em Abril/06)


"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

Martin Luther King

domingo, maio 07, 2006

# XVIII - No primeiro domingo de Maio, dia da Mãe.


(a 07/Maio/2006)
Para ti, Mãe.
Eu sei que estes dias têm um lado demasiado comercial.
Ainda assim ...
Obrigado por me teres incluído no teu projecto de vida.

# XVII - E, por cá, tudo bem...


(Maestro de Elvas, em 04/05/06)

# XVI - Poema do amor-perfeito, Cecília Meireles


(Foto tirada em 06/Maio/06)

Naquela nuvem, naquela,

mando-te meu pensamento:

que Deus se ocupe do vento.


Os sonhos foram sonhados,

e o padecimento aceito.

E onde estás, Amor-Perfeito?


Imensos jardins da insônia,

de um olhar de despedida

deram flor por toda a vida.

Ai de mim que sobrevivo

sem o coração no peito.

E onde estás, Amor-Perfeito?


Longe, longe, atrás do oceano

que nos meus olhos se aleita,

entre pálpebras de areia...


Longe, longe...

Deus te guarde sobre o seu lado direito,

como eu te guardava do outro,

noite e dia, Amor-Perfeito.

terça-feira, maio 02, 2006

# XIV - Um bom conselho...

# XIII - Os pensamentos da Sra. Ministra da Educação.



Em Paços de Ferreira, em 2 de Maio de 2006, dixit:

"Os trabalhos de casa devem ser feitos na escola. Não devia haver a expressão trabalhos de casa, mas sim trabalhos de escola."

"Tem que haver uma aposta na aquisição das competências básicas. Serão instituídos tempos mínimos para a leccionação das áreas curriculares no primeiro ciclo. É tudo uma questão de prioridades... não é tão importante saber nadar como saber ler!"

"As escolas secundárias estão sentadas à lareira à espera que o tempo passe. Há muito tempo que é assim."

"As escolas secundárias são armadilhas nas quais os alunos depositam as esperanças de prosseguirem estudos."

"Se a escola secundária é um filtro para o ensino superior, está a cumprir muito bem o seu papel."

segunda-feira, maio 01, 2006

# XII - Maria Bethânia canta.



Para os que acharam bonito o poema introdutório do blog ....um presente!


# XI - Les hirondelles...


(foto tirada a 30/04/06)


Tive a felicidade de visitar amiúde os meus avós paternos. E a felicidade ainda maior de viver pertíssimo da minha avó materna. E de passar assim muito tempo em descobertas...
Das memórias que trago comigo, realço a das andorinhas que, ano após ano, faziam por lá os ninhos, tinham os seus filhos e partiam. No ano seguinte, vinham sempre mais...
Claro que sujavam aquilo tudo! E eu, espantado, por que tal permitiriam...
Um dia a minha tia Matilde explicou-me porquê :
- Porque as andorinhas são os pássaros preferidos do menino Jesus. E quem, de alguma forma, as melindrar é ao próprio Cristo que o fazem.
Então percebi o porquê de tanta benevolência.
E não foi por isso que fiquei a gostar menos das andorinhas. :)
P.S. O título do post em francês...porque gosto do som da palavra.
E a canção (pois há sempre uma canção...):

A Andorinha Da Primavera
Madredeus

Andorinha de asa negra aonde vais ?
Que andas a voar tão alta
Leva-me ao céu contigo, vá
Qu'eu lá de cima digo adeus

ao meu amor

Ó Andorinha
da Primavera
Ai quem me dera também voar
Que bom que era
Ó Andorinha
na Primavera
também voar




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# X - Oh, Susana!



(Os autógrafos estão guardados religiosamente para me lembrarem do momento.)

Que sorte tive em conhecer, alive and kicking, a grande, imensa, universal Susana Baca!

Nascida num subúrbio de Lima, Peru, converteu-se num expoente da boa música Afro-Peruana. As suas preocupações sociais foram, de tudo o que falou, o que mais me ficou na memória.

Nem a minha pergunta "No início as suas canções eram mais politicamente e socialmente fortes. Hoje abandonou essa veia revolucionária?" a abalou. Ela criou no Peru uma espécie de Belgais, da nossa Maria João Pires. E continua revolucionária, sim... se não tanto no cantar, muito mais no hacier!

Para quem a puder ouver (ver e ouvir) na Casa da Música, esta noite...

Para todos, fica aqui uma das mais emblemáticas canções da
Susana Baca, Negra Presuntuosa.


Algo de mi se ha perdido
Entre tu casa y mi casa
Será el calor que no abrasa
No es de gozo
No es de ira
Como tampoco es mentira
Que algo de ti se ha escondido
Entre tu calle y mi alma
Será talvez la esperanza
De un cariño adormecido
Yo sabré reír
Yo sabré llorar
Yo sabré entregarte mi cariño
Negra
Negra que te quiero
Goza
Negra presentuosa
Mira
Que me estoy muriendo
Dame
Vida de tu boca
Bota
Que me estó pisando
Los talones de la libertad




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# IX - Encantatória


(Atrás desta paisagem, o sol deitava-se no Atlântico, visto através da Ponte Arrábida!)


Das melhores vozes portuguesas, Né Ladeiras tem o condão de escolher apenas reportórios de primeira água.

Duvidam?


Escutem este tema do seu (melhor!) album Traz os Montes, cantado em Mirandês.



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# VIII - Assim vão os dias


(Foto numa manif em Londres, Abril 06 - direitos reservados)


Sobe o preço do petróleo.
E atrás (ao lado?) vão todos os outros...
A gasolina,
o gasóleo,
os transportes,
o pão...

E o Homem?
O seu preço sobe?

E ao Homem?
O que lhe resta?