domingo, outubro 14, 2007

# CCXX - Daqui (Palácio do Freixo, Porto) e Dali (Salvador)


(A exposição está pertinho...)



(... com os bilhetinhos na mão...)


(... deixámo-nos impressionar pelas obras de Salvador Dali!)


Esta exposição vale!


É impossível não ficar emudecido perante um Cristo de S. João da Cruz, datado de 1974 e sem a cruz, sem as chagas, sem a coroa! Um único prego sustenta Cristo, provocando-nos claramente. Que dizer perante a força da escultura Nu a subir escadas(1973), uma mulher a subir um caracol, e pensando na irreverência do artista ao responder, desta forma, ao Nu Descendo uma Escada, de Marcel Duchamp (que se tornaria precursor dos movimentos futurista e dadaísta)?
E de Paternoster (1966) as nove xilogravuras com o texto da oração Pai-Nosso em nove línguas diferentes ?
E da Bíblia Sagrada? E do Perseu, acima mostrado? E como falar do espanto perante o D. Quixote Sentado e, muito particularmente, ao ver (de foma algo limitada, confesso, apesar do jogo de espelhos, gostaria de ter dado uma volta de 360º àquela obra) Dragão-Cisne-Elefante - sabendo que Dali adorava cisnes e afirmava que estes eram a forma que os anjos assumiam para descer à Terra, que o aterrador Dragão era a encarnação do mal e que Dali tinha na sua casa de Port Lígat, por cima da porta, uma tromba de elefante?


Ouvia-se Nina Pastori, evocando Espanha.


Mas, perante tanta genialidade, loucura e fantasia, deixo a versão de John Williams do tema de Alonso Modarra (Séc. XVI), denominada Fantasia:








terça-feira, outubro 09, 2007

# CCXIX - A importância de se chamar Ernesto


"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário"
Ernesto (Che) Guevara.



Pelas 13h 10 min de hoje. 40 anos passaram desde o seu assassinato.
- Você vem aqui para matar-me. - disse Che ao sargento Mário Téran, ao ver que a sua cabeça se baixava, que os olhos do sargento fugiam ao confronto com os seus próprios olhos.
O sargento não se sentia nada bem. Quase vomitava e deixara de ver.
- Acalme-se e faça bem a pontaria. Vai matar um homem... - foram, segundo reza a história, as últimas palavras de Ernesto.
Ironia do destino. Mário Terán submeteu-se, o ano passado, em Cuba a uma operação às cataratas. Os filhos da revolução de Ernesto Guevara devolveram a vista ao seu assassino. Acho que ele teria gostado de saber...


Relembro os Diários de Motocicleta. Foi aí que fiquei a saber mais sobre este médico, Ernesto Guevara.


E, porque já todos, em alguma altura das nossas vidas, trauteámos (pelo menos) o ..."de tu querida presencia / comandante Che Guevara" fica a melodia e os versos de Carlos Puebla, cantados por Soledad Bravo:



Aprendimos a quererte / desde la histórica altura
donde el sol de tu bravura / le puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara, / la entrañable transparencia,
de tu querida presencia / Comandante Che Guevara.

Tu mano gloriosa y fuerte / sobre la historia dispara
cuando todo Santa Clara / se despierta para verte.

Aquí se queda la clara, / la entrañable transparencia,
de tu querida presencia / Comandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisa / con soles de primavera
para plantar la bandera / con la luz de tu sonrisa.

Aquí se queda la clara, / la entrañable transparencia,
de tu querida presencia / Comandante Che Guevara.

Tu amor revolucionario / te conduce a nueva empresa
donde esperan la firmeza / de tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara, / la entrañable transparencia,
de tu querida presencia / Comandante Che Guevara.

Seguiremos adelante / como junto a ti seguimos
y con Fidel te decimos: / hasta siempre Comandante.

Aquí se queda la clara, / la entrañable transparencia,
de tu querida presencia / Comandante Che Guevara.


segunda-feira, outubro 01, 2007

# CCXVIII - ... y el vivo a la travesura!


(Foz do Porto, Agosto de 2006, dia de S. Bartolomeu)

Quando chega Outubro, lembro-me da ansiedade vivida em tempos idos, de miúdo para quem a escola era o escape à monotonia dos dias loooooooongos de férias que não tinham mais fim. Eram tão grandes, as férias, que até chateavam...

E recordo que, de todos, o mês favorito era o Outubro. O Outubro dos meus anos, dos anos da minha mãe (pensava agradar-lhe dizendo que gostava mais do mês em que ela fazia anos!), das vindimas (que cumpriam calendário, em Outubro, sempre)... e do regresso à escola. Ao cheiro dos livros novos (cheios de segredos, de histórias novas, extractos de outras histórias maiores - como seriam?), aos cadernos, às imensas folhas em branco esperando que eu as preeenchesse - que lhes depositasse as minhas confidências, os meus sonhos e devaneios - usando outras esferográficas, outros lápis de cor, outros marcadores de feltro, outros guaches e, até, tinta da china!

Ainda hoje gosto do mês de Outubro. Haverá lá melhor maneira maneira de começar um qualquer mês? Atribuir ao primeirinho dos seus dias o DIA MUNDIAL DA MÚSICA!!!

Pensei muito em que música poria neste post...andei pelos clássicos vocais, pelos instrumentais, por eruditas, pela world music e afins. Por aquelas músicas que resistiram ao passar dos (muitos) anos, pelas que são hinos conhecidos em grande parte do mundo... e detive-me na música popular. A que se faz pelo prazer de a tocar/cantar/partilhar, sem haver interesses financeiros associados. E dei por mim a pensar em coretos... e em bandas. N' A banda do Chico, em várias línguas... e nesta do Don Antonio Aguilar, cantada pela Graciela Beltrán - Que Me Entierren Con La Banda!

É isto! É isto que a música me traz...alegria de viver, o incentivo de dizer não às minudências comezinhas da vida...seguir adiante!!!



Que Me Entierren Con La Banda



El dia en que yo me muera
que me entierren con la banda
que no me anden con lutitos
que es pura propaganda.

Mi vida siempre es alegre
siempre andando de caramba
por eso quiero me lleven
paseando-me con la banda.

Y al tranco de un buen caballo
y al son de una balacera
con diez cajas de cerveza
y la joven que yo quiera.

Me gusta rifar mi suerte
y jugarme hasta la vida
para curarme las heridas
con mi negra consentida.

La noche siempre es bonita
para empezar las parrandas
y amanecer por las calles
paseandome con la banda

Soy de puro sinaloa
donde se rifan los hombres
yo me paseo con la banda
brindando con mis amores

Me gusta jalar la banda
por todita la region
me alegra tratar amigos
que le sobre corazon

el muerto a la sepultura
y el vivo a la travesura
la mujer que va creciendo
que deje de ser criatura

Ya con esta me despido
amigos de las parrandas
yo solamente les pido
que me entierren con la banda.