segunda-feira, julho 31, 2006

# CXXXIII - Boas Férias...


(Sonho Meu - Foz do Douro, hoje)


Parto de férias. Deixo o blog descansadinho.
Desejo a todos os visitantes umas férias bóptimas - melhores que boas, melhores que óptimas!
Penso que férias se relacionam, também, com deixar marinar sonhos. Por vezes, esses sonhos têm outras amarras...

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Sonho meu (Délcio Carvalho e Dona Ivone Lara)

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu

Vai mostrar esta saudade
Sonho meu
Com a sua liberdade
Sonho meu
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolía
Sonho meu
Sinto o canto da noite
Na boca do vento
Fazer a dança das flores
No meu pensamento
Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de magoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadío embalando a flor
Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de magoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadío embalando a flor
Sonho meu
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Deixo este sonho a meias, com Gal Costa & Maria Bethânia:




sábado, julho 29, 2006

# CXXXII - Divos - Oito - Chet Baker


(Chet Baker, introspectivo - algures na net)


Será difícil encontrar um verdadeiro apreciador de Jazz que não goste do som de Chet Baker.
Será, também, difícil encontrar um verdadeiro apreciador de Jazz que não goste do Summertime, de George Gershwin (a primeira canção que, em duo com Ira Gershwin, fez para a ópera negra Porgy and Bess).


Na verdade:





sexta-feira, julho 28, 2006

# CXXXI - Canções de Revolução - Le chant des partisans


(Foto equivalente à nossa do menino que põe o cravo na espingarda, aquando do 25 de Abril)


A canção é uma arma!
Muitas canções estão associadas a movimentos revolucionários. São canções fortes como este Le chant des partisans, o hino da resistência francesa. Esta música de Anna Marly serviu de identificação da emissão "Honneur et patrie" difundida desde 17 de Maio de 1943 até 2 Março de 1944 na BBC.


Ami entends-tu / Le vol noir des corbeaux / Sur nos plaines.
Ami entends-tu / Les cris sourds du pays / Qu'on enchaîne ...
Ohé partisans / Ouvriers et paysans / C'est l'alarme!
Ce soir l'ennemi / Connaîtra le prix du sang / Et des larmes ...

Montez de la mine, / Descendez des collines, / Camarades.
Sortez de la paille / Les fusils, la mitraille, / Les grenades.
Ohé ! les tueurs / A la balle et au couteau / Tuez vite!
Ohé ! saboteurs / Attention à ton fardeau ... / Dynamite ...

C'est nous qui brisons / Les barreaux des prisons / Pour nos frères.
La haine à nos trousses / Et la faim qui nous pousse, / La misère.
Il y a des pays / Où les gens au creux des lits / Font des rêves.
Ici, nous vois-tu / Nous on marche et nous on tue / Nous on crève ...
Ici, chacun sait / Ce qu'il veut, ce qu'il fait / Quand il passe

Ami, si tu tombes, / Un ami sort de l'ombre / A ta place.
Demain du sang noir / Séchera au grand soleil / Sur les routes.
Chantez compagnons, / Dans la nuit, la liberté / Nous écoute ...

Ami, entends-tu / Les cris sourds du pays qu'on / Enchaîne!
Ami, entends-tu / Le vol noir des corbeaux sur nos plaines ...





quarta-feira, julho 26, 2006

# CXXX - Divos - Sete - Zoot Sims


(Zoot Sims)

Um saxofonista de excepção, John Haley Sims. O instrumento é um dos meus preferidos. Voltarei a ele - saxofone - com outros temas.

Fantástico no álbum com os Gershwin Brothers :

Zoot Sims and the Gershwin Brothers is one of those rare pleasures to discover. It is a recording that requires, demands, and warrants multiple playings.

Hoje deixo um excerto do The man I love, desse álbum perfeito:




# CXXIX - Não chores por mim...


(María Eva Duarte de Perón)

Foi num 26 de Julho (de 1952), com a idade de Cristo, que faleceu Evita Perón, vítima de cancro uterino.

Para a história ficou a dúvida, Santa ou Demoníaca?

Para mim, ficará sempre associada ao espantoso tema de Andrew Lloyd Webber (música) e Tim Rice (letra) para o musical de 1978, Evita :

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Don't cry for me Argentina

It won't be easy, you'll think it strange / When I try to explain how I feel

That I still need your love after all that I've done / You won't believe me

All you will see is a girl you once knew / Although she's dressed up to the nines

At sixes and sevens with you

I had to let it happen, I had to change / Couldn't stay all my life down at heel

Looking out of the window, staying out of the sun / So I chose freedom

Running around, trying everything new / But nothing impressed me at all

I never expected it to

Don't cry for me Argentina / The truth is I never left you / All through my wild days

My mad existence I kept my promise / Don't keep your distance

And as for fortune, and as for fame / I never invited them in

Though it seems to the world they were all I desired / They are illusions

They're not the solutions they promised to be / The answer was here all the time

I love you and hope you love me


Don't cry for me Argentina /Don't cry for me Argentina

The truth is I never left you / All through my wild days

My mad existence I kept my promise / Don't keep your distance

Have I said too much? / There's nothing more I can think of to say to you

But all you have to do is look at me / To know that every word is true

Don't cry for me Argentina

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Uma das versões mais conhecidas deste tema, e de que eu gosto bastante, é a da Madonna, no filme Evita.
Deixo um excerto da referida interpretação:





terça-feira, julho 25, 2006

# CXXVIII - Adeus que me vou embora...


(Em 2004, a acompanhar a fuga das nuvens)



António Variações escrevia letras com a alma. Musicava-as com o coração e saíam, das suas mãos, canções infinitas de beleza, pureza, autenticidade...


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Adeus que me vou embora - Humanos

Adeus que me vou embora / Adeus que me vou embora
Adeus que me embora vou / Adeus que me embora vou
Vou daqui para a minha terra /Vou daqui para a minha terra
que eu desta terra não sou /que eu desta terra não sou

Tenho minha mãe à espera /Tenho minha mãe à espera
Cansada de me esperar / Cansada de me esperar
Naquela encosta da serra / Naquela encosta da serra
Vamos ser dois a chorar / Vamos ser dois a chorar
À espera tenho o meu pai / À espera tenho o meu pai
aos anos que não vejo / aos anos que não vejo
O tempo que vai durar / O tempo que vai durar
O meu abraço, o meu beijo / O meu abraço, o meu beijo

Vim solteiro e vou solteiro / Vim solteiro e vou solteiro
vou livre de corações / vou livre de corações
Se alguém me quiser prender / Se alguém me quiser prender
ja não vou dizer que não / ja não vou dizer que não
Adeus que me vou embora / Adeus que me vou embora
Adeus que me embora vou / Adeus que me embora vou


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Canta-se por cima dos Humanos?





# CXXVII - Hoje sinto-me...

so
(Algures da net)

... triste, desapontado,cansado, sem energia.
Sem entender porque há gente que só comunica em silêncio.
Se é verdade que no silêncio pode haver muito som, não é verdade que ouçamos todos o mesmo do mesmo silêncio. E, porventura, estraga-se sem se querer. Só por teimar em silenciar.


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The Sound of Silence - Paul Simon -

Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams
I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
'Neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed
by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dare
Disturb the sound of silence.

"Fools" said I, "You do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you."
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the sign said,
"The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls."
And whisper'd in the sounds of silence.


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Pode saber bem relembrar The Sound of Silence, de Simon and Garfunkel :



segunda-feira, julho 24, 2006

# CXXVI - Negra sombra


(Na Feira do Atesanato, em Vila do Conde, 23 Jul 2006)

Considerada a mais emblemática das canções galegas, poema de autoria de Rosalia de Castro (1837-1885) e música do compositor Juan Montes (1840-1899), este Negra Sombra resistiu à passagem dos anos.
Fez parte da banda sonora do muy belo Mar Adentro, com a voz de prata da Luz Casal e acompanhada pelo músico galego Carlos Núñez.
Foi, para mim, uma surpresa este belíssimo tema.


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Negra Sombra

Cando penso que te fuches,
negra sombra que me asombras,
ó pé dos meus cabezales
tornas facéndome mofa.

Cando maxino que es ida,
no mesmo sol te me amostras,
i eres a estrela que brila,
i eres o vento que zoa.

Si cantan es ti que cantas;
si choran, es ti que choras,
i es o marmurio do río,
i es a noite i es a aurora.

En todo estás e ti es todo,
pra min y en min mesma moras,
nin me dexarás ti nunca,
sombra que sempre me asombras

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Um pouquinho para ouvir:



domingo, julho 23, 2006

# CXXV - E no mundo francófono...

(Ilona Mitrecey - Un monde parfait)

... as crianças andam todas ao som deste Un monde parfait.
Merci, Mcdo!
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Ce matin j'imagine un dessin sans nuage

Avec quelques couleurs comme vient mon pinceau

Du bleu, du rouge je me sens sage comme une image

Avec quelques maisons et quelques animaux

Ce matin j'imagine un pays sans nuage,

Où tous les perroquets ne vivent plus en cage

Des jaunes, des verts, des blancs, je fais ce qui me plait

Car c'est comme ça que j'imagine un monde parfait...



{Refrain:}

Un oiseau, un enfant, une chèvre

Le bleu du ciel, un beau sourire du bout des lèvres

Un crocodile, une vache, du soleil

Et ce soir je m'endors au pays des merveilles

Un oiseau, un crayon, une chèvre

Le bleu du ciel, un peu de sucre, un peu de sel

Un crocodile, quelques fleurs, une abeille

Et ce soir je m'endors au pays des merveilles



Ce matin j'imagine un dessin sans étoile

De toute les couleurs un dessin sans contour

Quand ça m' plait plus j'efface tout et je recommence

Avec d'autres maisons et d'autres animaux

Ce matin j'imagine un pays sans nuage,

Où tous les perroquets ne vivent plus en cage

Des jaunes, des verts, des blancs, je fais ce qui me plait

Car c'est comme ça que j'imagine un monde parfait...



{au Refrain}

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A versão Acapella:




# CXXIV - Trauteando


(Passeio Alegre, Foz do Porto - Abril, 2006 - Voltará esta chuva?)

Volto sempre a certas canções, como quem volta à terra sua, procurando respirar os ares da saudade.

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SUZANNE VEGA "Tom's Diner" - Acapella

I am sitting / In the morning / At the diner / On the corner
I am waiting / At the counter / For the man / To pour the coffee
And he fills it / Only halfway / And before I even argue / He is looking

Out the window / At somebody / Coming in
"It is always Nice to see you" / Says the man / Behind the counter
To the woman / Who has come in / She is shaking / Her umbrella
And I look / The other way / As they are kissing / Their hellos
And I'm pretending / Not to see them /And instead / I pour the milk
I open / Up the paper / There's a story / Of an actor

Who had died / While he was drinking
It was no one / I had heard of / And I'm turning / To the horoscope
And looking / For the funnies
When I'm feeling / Someone watching me / And so I raise my head
There's a woman / On the outside / Looking inside / Does she see me?
No she does not / Really see me / Cause she sees / Her own reflection
And I'm trying / Not to notice / That she's hitching / Up her skirt
And while she's / Straightening her stockings / Her hair / Is getting wet
Oh, this rain / It will continue / Through the morning
As I'm listening /To the bells / Of the cathedral

I am thinking/ Of your voice...
And of the midnight picnic / Once upon a time / Before the rain began...
And I finish up my coffee / And it's time to catch the train

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# CXXIII - Eu não quero...


(Niña Pastori)

Uma voz marcada com laivos de flamenco.

Um dos meus temas preferidos.



(Yo te quiero... de muchos colores! Jul,2006)


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Contigo (Joaquin Sabina)

Yo no quiero un amor civilizado,
con recibos y escena de un sofá;
yo no quiero que viajes al pasado
y vuelvas del mercado
con ganas de llorar.
Yo no quiero vecínas con pucheros;
yo no quiero sembrar ni compartir;
yo no quiero catorce de febrero
ni cumpleaños feliz.

Yo no quiero cargar con tus maletas;
yo no quiero que elijas mi champú;
yo no quiero mudarme de planeta,
cortarme la coleta,
brindar a tu salud.
Yo no quiero domingos por la tarde;
yo no quiero columpio en el jardin;
lo que yo quiero, corazón cobarde,
es que mueras por mí.

Y morirme contigo si te matas
y matarme contigo si te mueres
porque el amor cuando no muere mata
ay, porque amores que matan nunca mueren.

Yo no quiero juntar para mañana,
no me pidas llegar a fin de mes;
yo no quiero comerme una manzana
dos veces por semana
sin ganas de comer.
Yo no quiero calor de invernadero;
yo no quiero besar tu cicatriz;
yo no quiero París con aguacero
ni Venecia sin tí.
No me esperes a las doce en el juzgado;
no me pidas que "volvamos a empezar";
yo no quiero ni libre ni ocupado,
ni carne ni pecado,
ni orgullo ni piedad.
Yo no quiero saber por qué lo hiciste;
yo no quiero contigo ni sin ti;
lo que yo quiero, muchacha de ojos tristes,
es que mueras por mí.

Y morirme contigo si te matas
y matarme contigo si te mueres
porque el amor cuando no muere mata
porque amores que matan nunca mueren.

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Ouçam e digam-me se não é uma pérola:




# CXXII - Divas - Onze - Gal Costa

(Gal Costa, em 2003)


Aprendi a gostar de Gal Costa. Na fase Jobim, na fase do Acústico, recentemente... Depois fui ouvir o que estava para trás. Deliciei-me com o (já conhecido, mas longe de devidamente apreciado) Índia. Perdi-me com muitos, muitos, muitos temas cantados por ela.
Assisti, em Campo Maior, a um espectáculo dela. Arrepiei-me e consegui um autógrafo, enviado do Sal/Cabo Verde.


É uma DIVA!


Escolher um tema, um só tema...tarefa nada fácil. Trago-vos o Epitáfio (original dos Titãs). É um poema deslumbrante. É uma lição de vida, também. É sublime, pela Gal Costa.


(Galegos, Penafiel - hoje)


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Epitáfio

Devia ter amado mais / Ter chorado mais / Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais / E até errado mais / Ter feito o que eu queria fazer


Queria ter aceitado as pessoas como elas são / Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

O acaso vai me proteger / Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger / Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos / Trabalhado menos / Devia ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos / Com problemas pequenos / Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é / A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier


O acaso vai me proteger / Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger / Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos / Trabalhado menos

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sábado, julho 22, 2006

# CXXI - Duetos fabulosos - LAURYN HILL & THE FUGEES


(Olhando daqui, parece seguro... será, Mamã?)

É mesmo fabulosa esta interpretação do Bohemian Rhapsody, dos Queen, pelos Lauryn Hill & The fugees

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Mama I just killed a man / Put a gun against his head

Pulled my trigger now he's dead / Mama, life had just begun

But now I've gone and thrown it all away / Mama, ooo, I didn't mean to make you cry

If I'm not back again this time tomorrow / Carry on, Carry on 'Cause nothing really matters

Too late, my time has come / sent shivers down spine bodies acking all the time

goodbye everybody I've got to go / Gotta leave you all behind and face the truth

Mama, ooo, I don't wanna die I sometimes wish I've never been born at all

ohh, carry on, nothing really matters I didn't mean to make u cry

if I'm not back again this time tomorrow no

I don't wanna die So you think you can stone me and spit in my eye

So you think love me and leave me to die

Oh Baby / Can't do this, baby / Just gotta get right out here

Ohhh Carry on nothing really matter

sometimes wish I've never been born at all

Nothing really matters / Anyone can see / Nothing really matters

To Me...

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sexta-feira, julho 21, 2006

# CXX - Aventuras de Calimero no parlamento


Ó Gusto, eles não me deixam falar... eles não me deixam falar....

# CXIX - E uma vontade de mar...

(Numa praia do Norte, Jul 2006)

... entregue à música de Andreus Forte - Celtic Dreams - Voices of the Celtic Harp por exemplo neste Scarborough Fair:



quinta-feira, julho 20, 2006

# CXVIII - Divos - Seis - Rod Stewart


(Rod Stewart)


Sempre gostei de ouvir cantar Rod Stewart. Desde o velhinho tema Sailing, que recordo aqui hoje, até às recentes e fantásticas incursões pelos clássicos americanos, em jeito jazzístico.
O seu timbre vocal é específico, bem mais que o seu bom gosto por pernas bem torneadas em louras curvilíneas.




(Afurada, 18 Jul 2006)

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SAILING


I am sailing, I am sailing, / I am flying, passing high clouds,

to be with you, to be free.

Can you hear me, can you hear me / thro' the dark night, far away,

I am dying, forever trying, / to be with you, who can say.


Can you hear me, can you hear me, / thro' the dark night far away.

I am dying, forever trying, / to be with you, who can say.


We are sailing, we are sailing, / home again 'cross the sea.

We are sailing stormy waters, / to be near you, to be free.


Oh Lord, to be near you, to be free. / Oh Lord, to be near you, to be free,

Oh Lord.

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Apetece-lhe relembrar e, quem sabe, cantar Sailing?



quarta-feira, julho 19, 2006

# CXVII - Um concerto memorável


(Enquanto autografava , ontem, na Casa da Música)

As coisas inesperadas, por vezes, sabem muito bem!

Ontem, em menos de um minuto, decidi ir ver a Lila Downs à Casa da Música. Saltei o jantar e lá fui. Já conhecia algum do seu trabalho, sobretudo depois do dueto da noite dos óscares, em 2003, com o Caetano Veloso, no tema do filme Frida Kahlo, Burn it blue.

Gosto dela, desde sempre. Ontem fiquei fã. A sua interpretação do La Llorona - que associo sempre à Chavela Vargas, embora seja um tema popular mexicano - foi arrepiante. No mesmo tema, passeia pelos graves - à la Vargas - e brilha nos agudos.

Quando lhe respondi - depois do espectáculo - ao disparado por ela "Que tal?" que me fazia muito lembrar a Chavela Vargas, riu-se simpática. Quantas vezes lhe terão dito o mesmo... Teve uma reação diferente quando lhe disse que também me fazia lembrar Lola Beltran - o sorriso foi mais amplo, estranhando a referência à cantora, por pouco usual. "Conheces Lola, La Grande?"

Uma simpatia. Uma profissional, acima de tudo. Excelente.

Destaco ainda a sua preservação dos temas genuinamente populares e o asumir em pleno a sua condição de indígena (graças à sua mãe - o pai é norte-americano).

Acho que ouviria Lila Downs umas 458 vezes seguidas perdido, na sua boa companhia, numa noite de Verão.

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Naila

En una noche de luna
Naila lloraba ante mi
Ella me hablaba con ternura
Puso en mis labios su dulzura
Yo le decia porque lloraba
Y ella me contesto asi


Ya me embriague con otro hombre
Ya no soy Naila para ti
Ya me embriague con otro hombre
Ya no soy Naila para ti


Naila, di porque me abandonas
Tonta, si bien sabes que te quiero
Vuelve a mi, ya no busques
Otros senderos
Te perdono, porque sin tu amor
Se me parte el corazón


Lila Downs
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Desta vez, toda a Naila:



# CXVI - Poesia 2 - Mário-Henrique Leiria


(Algures da net)



Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece


Rifão Quotidiano
em "Novos Contos do Gin Tónico"

terça-feira, julho 18, 2006

# CXV - Divas - Dez - Teca Calazans


(Onde ponho o meu pé esquerdo? Jun,2006)


Teca Calazans não é muito conhecida (má divulgação?) mas é alguém a descobrir por quem aprecia aquela musiquinha que não sai da cabeça, uma vez ouvida com atenção.
As suas qualidades vocais são de realçar. As suas prestações enquanto compositora são validadas por nomes da mpb como Milton Nascimento, Gal Costa, Nara Leão e outros.



(Teca Calazans, na capa do Alma Tupi)


Fica aqui um excerto do seu tema O destino, do álbum Alma tupi:





segunda-feira, julho 17, 2006

# CXIV - Parabéns!!!!!!!!!!!!!


(Nos teus 12 anos)

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A menina está no berço,
Embala-a suavemente,
Entretendo a inocente
Com esta cantiga em verso:

Passarinhos, vinde em bando
A ver anjinho tão lindo
Que a mana está embalando
Contente de o ver dormindo.

(João de Deus)

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(12 girassóis, de Van Gogh)




domingo, julho 16, 2006

# CXIII - Só no mar...


(Norte, entardecer - Jul 2006)

Nestes dias de calor excessivo, sabe bem uma maresia fresca.

Esta do Dorival Caymmi, recuperada pela Adriana Calcanhotto, no seu cd do mar (Maritimo, da Sony Music), por exemplo...





* * * * *

Quem vem pra beira do mar (Dorival Caymmi)


Quem vem pra beira do mar, ai / Nunca mais quer voltar, ai

Quem vem pra beira do mar, ai / Nunca mais quer voltar

Andei por andar, andei / E todo caminho deu no mar

Andei pelo mar, andei / Nas águas de Dona Janaína

A onda do mar leva / A onda do mar traz

Quem vem pra beira da praia, meu bem / Não volta nunca mais

* * * * *

O excerto é deste tema, interpretado em dueto com Adriana Calcanhotto e Dorival Caymmi :



# CXII - Ranchos Folclóricos


(Actuação no 1.º festival de folclore do grupo etnográfico de danças e cantares regionais do Norte - repararam que há quem dance descalço, deixando o calçado na berma do palco?)

Também por esta altura, multiplicam-se os festivais promovidos pelos vários ranchos folclóricos do país.

É bonito ver a solidariedade existente entre os diferentes ranchos. A forma como se visitam, dando o seu melhor, quer a receber quer, depois, como convidados.

Nas feiras de artesanato, nas festas populares e/ou nos festivais por eles promovidos, sempre me deixo quedo a maravilhar-me com a Arte deles.

Fica aqui a minha homenagem a todos os que impedem que estas tradições morram na memória do tempo. E um excerto do Vira da aldeia, pelo Grupo de Cantares de Manhouce (entre Porto e Viseu):




# CXI - Divas - Nove - Mercedes Sosa


(Em espectáculo - da contra-capa dum dos seus álbuns)

Volta e meia, regresso à Mercedes Sosa. Não é para se ouvir de enfiada. Nem todos os dias. Acho, aliás, que nenhum artista o será. A voz desta argentina é única e a sua carreira eleva-a à condição de Diva.

O tema Todo cambia é dos meus favoritos. Porque fala da inevitável mudança de tudo. Ou quase tudo.

* * * * *

Todo cambia (Julio Numhauser)

Cambia lo superficial / Cambia también lo profundo

Cambia el modo de pensar / Cambia todo en este mundo

Cambia el clima con los años / Cambia el pastor su rebaño

Y así como todo cambia / Que yo cambie no es extraño

Cambia el más fino brillante / De mano en mano su brillo

Cambia el nido el pajarillo / Cambia el sentir un amante

Cambia el rumbo el caminante / Aunque esto le cause daño

Y así como todo cambia Que yo cambie no es extraño



Cambia, todo cambia / Cambia, todo cambia



Cambia el sol en su carrera / Cuando la noche subsiste

Cambia la planta y se viste / De verde en la primavera

Cambia el pelaje la fiera / Cambia el cabello el anciano

Y así como todo cambia / Que yo cambie no es extraño

Pero no cambia mi amor / Por mas lejos que me encuentre

Ni el recuerdo ni el dolor / De mi pueblo y de mi gente

Y lo que cambió ayer / Tendrá que cambiar mañana

Así como cambio yo / En esta tierra lejana.

* * * * *

O cheirinho do costume:



sábado, julho 15, 2006

# CX - Agora sim, é Verão!


(José Manuel Ribeiro, e os seus UHF, a experimentar os instrumentos para o espectáculo dessa noite)


O calor está aí em cheio. Estamos, pois, no Verão!

Cá, neste rectângulo à beira-mar plantado, é o tempo alto das festas populares. E as festas populares, quando completas, têm sempre uns artistas (alguns da moda, outros mais persistentes) a abrilhantarem as noites. Para muitos deles, é a altura em que facturam para o ano inteiro, qual versão tuga da fábula de La Fontaine.

Percorrem o país inteiro, concerto atrás de concerto. Vão "aonde o povo está". São os bailes de Verão, a lembrar a canção do Milton Nascimento e Fernando Brant, Nos bailes da vida.



*****
Nos bailes da vida (MNascimento / FBrant)

Foi nos bailes da vida
Ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar
O caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe e tudo tão bom
Até a estrada de terra
Na boleia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada
E a alma repleta de chão
Todo o artista tem de ir
Aonde o povo está
Se foi assim, assim será
Cantando me desfaço
E não me canso de viver
Nem de cantar

*****

Esta canção foi interpretada por muitos artistas diferentes (desde o próprio Milton, passando pelos 14bis, pelo Djavan, pela Mercedes Sosa, etc.)

Porque consegue uma interacção única com o público, a cantar este tema, deixo um excerto da versão da Joanna:







# CIX - Coisas de rapazes


(Para este tema, hoje)

Tenho um fascínio especial, criado ao longo dos tempos (como muitos fascínios, não é?), por canções a capella.
Gosto especialmente desta, apesar de toda a sua tristeza.




Mafalda Veiga : Balada de un Soldado
(baseado no cancioneiro Espanhol "Madre anoche en las trincheras" da autoria de um anónimo)

Madre, anoche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerada,
La apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios

Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras

Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo

Madre, sabes quien maté?


Um excerto, a relembrar ou a suscitar curiosidade por conhecer:






sexta-feira, julho 14, 2006

# CVIII - Divos - Cinco - Bobby McFerrin


(Bobby McFerrin)


É simplesmente incrível o que este senhor* vencedor de dez (!) prémios Grammy, faz com a voz! Nele, a voz é um instrumento. A colaboração com o virtuoso Yo Yo Ma é um marco na história da música contemporânea.

Para ele "One of the simplest and most direct ways of praying and meditating is through singing, and singing in community is exceptionally powerful."

Do seu vasto espólio, fica aqui um excerto da sua versão do tema Blackbird, dos Beatles.


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Blackbird


Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise



Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of a dark black night.
Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of a dark black night.


Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
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* Sugestão de apis





quarta-feira, julho 12, 2006

# CVII - Divas - Oito - Marlene Dietrich


(Em Santo Tirso, Jun 2
006)




Associo-a a canções de cabaret e do basfond alemão.
É a cantora duma das poucas canções em Alemão de que realmente gosto - Lili Marlene. Esta canção foi transformada em hino de guerra dos soldados de ambas as infantarias (Aliados e Germânica). Oa alemães prenderam-se à canção após audição, numa rádio alemã em Belgrado. Era, a pedido, tocada religiosamente todas as noites pelas 21h:55min, no fim da trasmissão. A versão em Inglês surgiu um ano depois.




(Capa do LP referido)


Partilho uma ternura dela, no Rio de Janeiro, em Julho de 1959. Poucos se recordarão dela, ou a imaginarão sequer, a cantar um clássico da música brasileira Luar no Sertão:


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Luar do sertão (Catullo da Paixão Cearense)

Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.

Não há, ó gente, oh não, / Luar como esse do sertão
Não há oh gente oh não / Luar como este do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração

Não há, ó gente,...

Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor!

Não há, ó gente,...

Ai! Quem me dera que eu morresse lá na serra,
Abraçado à minha terra, e dormindo de uma vez!
Ser enterrado numa grota pequenina,
Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez!

Não há, ó gente,...

Diz uma trova, que o sertão todo conhece,
Que, se à noite o céu floresce, nos encanta e nos seduz,
É porque rouba dos sertões as flores belas
Com que faz essas estrelas lá no seu jardim de luz!!!

Não há, ó gente,...

Mas como é lindo ver, depois por entre o mato,
Deslizar, calmo o regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando,
Ir por sua vez roubando as estrelas lá do céu!

Não há, ó gente,...

A gente fria desta terra, sem poesia,
Não se importa com esta lua, nem faz caso do luar!
Enquanto a onça, lá na verde capoeira,
Leva uma hora inteira vendo a lua, a meditar!

Não há, ó gente,...

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar!
Parece até que a alma da lua é que descansa,
Escondida na garganta desse galo, a soluçar!

Não há, ó gente,...

Se Deus me ouvisse com amor e caridade,
Me faria esta vontade - o ideal do coração!
Era que a morte, a descansar, me surpreendesse,
E eu morresse numa noite de luar, no meu sertão!

Não há, ó gente,...

E quando a lua surge em noites estreladas
Nessas noites enluaradas, em divina aparição,
Deus faz cantar o coração da Natureza
Para ver toda a beleza do luar do Maranhão.

Não há, ó gente,...

Deus lá no céu, ouvindo um dia essa harmonia,
A canção do meu sertão, do meu sertão primaveril
Disse aos arcanjos que era o Hino da Poesia,
E também a Ave Maria da grandeza do Brasil.

Não há, ó gente,...

Pois só nas noites do sertão de lua plena,
Quando a lua é uma açucena, é uma flor primaveril,
É que o poeta, descansado, a noite inteira,
Vê na Lua Brasileira toda a alma do Brasil.

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segunda-feira, julho 10, 2006

# CVI - Adeus, Porto...


(Foto do rio Douro, em Abril de 2006)

Mania minha esta de andar a ouvir coisas fora de época. Em Maio, seria lógico ouvir tunas. Em Julho, já nem tanto...

O que me agrada nas tunas universitárias é a irreverência, a recuperação de temas antigos, a alegria característica, as coisas que só uma tuna canta.

Este fado "Adeus ao Porto", pela Tuna da Faculdade de Ciências da U.Porto, caíu-me tão bem... ouvi-o vezes sem conta, interiorizei-o, e partilho-o agora com quem para aí estiver virado.

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Levo comigo a saudade / numa capa cor de breu

ao deixar esta cidade / que um dia me acolheu.

Do alto da sua torre / vê-se o rio, vê-se o mar

quem me dera ver tão longe / tê-la sempre no olhar

Adeus ó Porto adeus / na hora de te deixar

minha alma pede a Deus / que me deixe cá voltar

Tantas vezes tu me viste / junto ao Douro a namorar

donzelas da minha vida / que me ensinaram a amar

Tantas cartas escrevi / tantas rosas lhes mandei

aos amores que eu vivi / na cidade que eu amei

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Um excerto, pela tuna referida:



P.S. - As alterações de template ainda não acabaram... tenham um pouco mais de paciência. :-)

sábado, julho 08, 2006

# CV - Avintes em código.


(Na praia, em 6 Jul 2006)

Li vários livros do Dan Brown. O tipo de enredo, bem construído, prende o leitor. Não é nenhum clássico da literatura, embora seja um best-seller que é o que dá dinheiro.
Quando vi à venda este O código d'Avintes logo o entendi como uma paródia ao de semelhante sonoridade do Dan Brown. Comprá-lo, neste entendimento, de paródia era, ainda, assim um risco. Poderia ser um bom livro para ler na praia... poderia desistir ao fim de três páginas...
Li mais do que isso. Ainda longe do fim, achei uma passagem que, de per si, justifica o investimento. Li a bom rir...

Então, na página 41 lê-se:


Sim, a R.A.I.V.A. : Resistência Activa contra Imbecis, Vândalos e outros Atrasados. Uma organização a que eu tenho dado o melhor das minhas energias, há já mais de quinze anos. Pelo seu nome, pensar-se-ia ser ela contra o Governo (os vários e sucessivos, quero dizer), mas não é assim; desde sempre considerámos que, nesse caso específico, a resistência não compete a uma associação privada (e, vamos lá, clandestina), e sim ao eleitorado em geral. Portanto, escolhemos como alvo outros imbecis, vândalos e atrasados.