segunda-feira, novembro 06, 2006

# CLVIII - Último Nocturno


(Sábado, 4 de Novembro - Fnac, Sta Catarina, Porto)


A convite do autor, lá apareci no lançamento da sua mais recente paixão. Levei uma das minhas filhas (isto de querer passar o bichinho oblige) e a minha irmã (ex-aluna e ainda apaixonada por este seu professor de Filosofia do ensino secundário).

Trouxemos o livrinho, gentilmente autografado pelo seu criador.

Comecei a lê-lo... e a reconhecer como verdadeiras muitas das ficções lá descritas. Isto é ser escritor! Eu também sei o que é chegar ao cimo do carreiro - Vandoma - e ver o sol a brilhar, quando cá em baixo as nuvens o impediam de aparecer. E reconheço as terras nomeadas. E o café tomado no Arraúl. E nomes que não me parecem acasos (a dona Blandina, que cedo apareceu para ajudar nas preparações do corpo do Sr. Alípio).

E, tudo isto, me pareceu mais forte que o adeus a um certo tipo de vivência da terra, que o perder Portugal por Maastrich, que... É que estas leituras soam-me às dos professores da escolinha quando, de forma muito segura, revelavam o que queria o autor dizer quando escrevia esta ou aquela frase - nunca acreditei neles. Se calhar, nem nos autores...

Gosto do que estou a ler. Devagar, para saborear...

P.S. - Eu sei que o Sr. Alípio era devoto de Bruckner. Mas, Aires, nós ainda apreciamos mais outras músicas, pelo que, como banda sonora deste post, fica Yo Yo Ma na Suite No. 1 In G Major: Prelude - J. S. Bach.





6 comentários:

deep disse...

Talvez todos tenhamos intrínseco um certo "bairrismo" que permite que leituras que nos devolvem a memória de lugares e de vivências adquiram um efeito de bálsamo para a alma.

solitude disse...

Rever o Prof. Aires, trouxe-me à memória boas recordações - é para mim uma referência...
Ler o livro foi um apelo aos sentidos, aos sabores, aos cheiros, ás imagens de toda a minha vivência - é o meu ambiente, a minha terra, as minhas raízes, descritas pelo prof. Aires, mas como se fossem retiradas da minha memória!
No entanto,mexeu no meu maior medo...para mim tal como para aquelas personagens, o patriarca é o meu chão...

solitude disse...

exp

tsiwari disse...

deep : assim é, muitas vezes!

solitude : bem vinda. Esse medo é atenuado no dia-a-dia, nos afagos ao patriarca (e tb à matriarca...).

Beijo **

Anónimo disse...

....

Anónimo disse...

também não aprecio o transpor de todas as situações descritas numa obra para o imediato plano de Portugal no mundo, a comunidade europeia e blá, blá, blá, blá... Se essa era a intenção ou não do autor, a mim, leitora, nada me importa. Sempre fui avessa á opinião geral, valorizando muito mais o percurso imaginativo que a leitura me poermite, daí que como sempre digo críticos e comentadores...valem o que valem...e aquilo que cada um retira da obra, a sua interpretação pessoal é muito mais interessante.