domingo, agosto 26, 2007

# CCXV - Um amor e uma cabana


(Figueira da Foz, Agosto de 2007)


O ideal de um amor e uma cabana abandona-nos quando a vida nos dá a conhecer todos os seus lados. Mas este sentimento faz parte da história de muitos de nós.

Esta introdução vem a propósito da canção deste post (Sem vintém) que faz parte do mais recente álbum do grupo Ala dos Namorados, cuja carreira acompanho atentamente desde que apareceram em 1994. Neste trabalho, Mentiroso Normal, Nuno Guerreiro apresenta-se com uma maturidade vocal irrepreensível. Ora apreciem...

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SEM VINTÉM

Eu sei que o meu amor não tem vintém
Depois, o que é que tem, o que é que tem?
Eu sei que a sua vida é um vai-vem
Depois, o que é que tem, o que é que tem?
Mas eu que sei o quanto me quer bem
Vou contar tudo o que meu amor tem:

Tem gemas no olhar
E açúcar no falar
Gotinhas de limão à flor da pele
Faz bolo de amassar
Trouxinha de enrolar
Ninguém me adoça tanto como ele

Eu sei que o meu amor não tem vintém
Depois, o que é que tem, o que é que tem?
Eu sei que toda a terra é sua mãe
Herdou todo o amor que a terra tem.
E eu que sei mais dele que ninguém
Vou contar tudo o que meu amor tem:

Tem mãos de pianista
Pernas de equilibrista
E o casulo da fé no coração
Ele não tem mais nada
Mas diz que de mão dada
Os dois vamos dar volta à situação.




sábado, agosto 18, 2007

# CCXIV - Anjo da Guarda




Para mim, do melhor que as férias têm é o proporcionarem dias de uma bem maior proximidade com os que vivem connosco todo o ano e com quem podemos, agora, soltar palavras ao vento.

É este tempo, sem tempo contado, de conversas loooooooooongaaaasssss e encantadoras.

É descobrir que a filha mais nova (T), que completou os 3 anos em Maio passado, já conhece as letras maiúsculas TODAS! Ah, pequeno computador do Noddy, que vales ouro!

É ouvir a conversa entre esta filha e a irmã do meio (F, 13 anos):

T - Huuuum! Este iogurte tem um sabor do outro mundo!

F (notoriamente espantada) - Onde foste buscar isso????

T ( com aquele ar de quem diz Daaaaaah!) - Ao frigorífico, claro!

E é olhá-los e desejar, para cada um deles, o melhor deste mundo.

E, com olhos já mais aguados, lembrar de um quadro que via em muitas paredes pendurado, nos meus tempos de meninice (o reproduzido em cima!). E relembrar a canção (que continuo a preferir na voz da Ana Deus, dos Três Tristes Tigres, como podem ver na versão que partilho) do António Variações - Anjo da Guarda. E pensar que cada um dos meus filhos adormeceu comigo a cantar-lhe (entre outras) esta canção.

E querer muito, muito, muito... acreditar que cada um tenha um Anjo da Guarda a guardar os seus passos, as suas decisões, as suas opções...

Ainda que esse Anjo da Guarda seja apenas, lá no coração de cada um, resquícios das nossas conversas em tempo de férias...

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Eu tenho um anjo
Anjo da guarda
Que me protege
De noite e de dia
Eu não o vejo
Eu não o oiço
Mas sinto sempre a sua companhia


Eu tenho um guarda
Que é um anjo
Que me protege
De noite e de dia
Não usa arma
Não usa a força
Usa uma luz com que ilumina a minha vida

Ele não, não usa arma
Ele não, não usa a força
Usa uma luz com que ilumina a minha vida