(Figueira da Foz, Agosto de 2007)
Eu sei que o meu amor não tem vintém
Tem gemas no olhar
E eu que sei mais dele que ninguém
Tem mãos de pianista
Para mim, do melhor que as férias têm é o proporcionarem dias de uma bem maior proximidade com os que vivem connosco todo o ano e com quem podemos, agora, soltar palavras ao vento.
É este tempo, sem tempo contado, de conversas loooooooooongaaaasssss e encantadoras.
É descobrir que a filha mais nova (T), que completou os 3 anos em Maio passado, já conhece as letras maiúsculas TODAS! Ah, pequeno computador do Noddy, que vales ouro!
É ouvir a conversa entre esta filha e a irmã do meio (F, 13 anos):
T - Huuuum! Este iogurte tem um sabor do outro mundo!
F (notoriamente espantada) - Onde foste buscar isso????
T ( com aquele ar de quem diz Daaaaaah!) - Ao frigorífico, claro!
E é olhá-los e desejar, para cada um deles, o melhor deste mundo.
E, com olhos já mais aguados, lembrar de um quadro que via em muitas paredes pendurado, nos meus tempos de meninice (o reproduzido em cima!). E relembrar a canção (que continuo a preferir na voz da Ana Deus, dos Três Tristes Tigres, como podem ver na versão que partilho) do António Variações - Anjo da Guarda. E pensar que cada um dos meus filhos adormeceu comigo a cantar-lhe (entre outras) esta canção.
E querer muito, muito, muito... acreditar que cada um tenha um Anjo da Guarda a guardar os seus passos, as suas decisões, as suas opções...
Ainda que esse Anjo da Guarda seja apenas, lá no coração de cada um, resquícios das nossas conversas em tempo de férias...
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Eu tenho um anjo