domingo, agosto 29, 2010

# CCCXCVIII - Lindo!

.
.
.
.


De uma ternura sem fim...






BRIGHT EYES
"First Day Of My Life"

This is the first day of my life
I swear I was born right in the doorway
I went out in the rain suddenly everything changed
They're spreading blankets on the beach

Yours is the first face that I saw
I think I was blind before I met you
Now I don’t know where I am
I don’t know where I’ve been
But I know where I want to go

And so I thought I’d let you know
That these things take forever
I especially am slow
But I realize that I need you
And I wondered if I could come home

Remember the time you drove all night
Just to meet me in the morning
And I thought it was strange you said everything changed
You felt as if you'd just woke up
And you said “this is the first day of my life
I’m glad I didn’t die before I met you
But now I don’t care I could go anywhere with you
And I’d probably be happy”

So if you want to be with me
With these things there’s no telling
We just have to wait and see
But I’d rather be working for a paycheck
Than waiting to win the lottery
Besides maybe this time is different
I mean I really think you like to me

quinta-feira, agosto 26, 2010

# CCCXCVII - Tout ira bien!

.
.
.

[Jardim Paulo Vallada, Porto - Agosto'10]



As canções de resistência sempre me agradaram. Já por diversas vezes fui partilhando canções deste género..


Os franceses Noir Desir (com Manu Chao, na guitarra) tiveram um sucesso assinalável com Le vent nous portera.


A suiça Sophie Hunger, no seu albúm de 2010 (de nome 1983) apresenta um cover muito interessante deste tema.



"Le vent nous portera"
[Sophie Hunger]

Je n'ai pas peur de la route
Faudrait voir, faut qu'on y goûte
Des méandres au creux des reins
Et tout ira bien là
Le vent nous portera

Ton message à la Grande Ourse
Et la trajectoire de la course
Un instantané de velours
Même s'il ne sert à rien va
Le vent l'emportera
Tout disparaîtra mais
Le vent nous portera

La caresse et la mitraille
Et cette plaie qui nous tiraille
Le palais des autres jours
D'hier et demain
Le vent les portera

Génetique en bandouillère
Des chromosomes dans l'atmosphère
Des taxis pour les galaxies
Et mon tapis volant dis ?
Le vent l'emportera
Tout disparaîtra mais
Le vent nous portera


Ce parfum de nos années mortes
Ce qui peut frapper à ta porte
Infinité de destins
On en pose un et qu'est-ce qu'on en retient?
Le vent l'emportera

Pendant que la marée monte
Et que chacun refait ses comptes
J'emmène au creux de mon ombre
Des poussières de toi
Le vent les portera
Tout disparaîtra mais
Le vent nous portera




# CCCXCVI - Um dia...

.
.
.


[Museu Nacional Soares dos Reis - Agosto'10]




Na minha visita recente ao museu Soares dos Reis houve um quadro que me agradou de sobremaneira. Foi este Esperando o Sucesso, de Henrique Pousão. Está datado de 1882 e é uma pintura a óleo sobre madeira.

A ironia trespassa toda a obra duma forma que roça a genialidade.


Julgo que o Ferrari amarelo de que fala a Adriana nesta canção, com título a piscar o olho à poesia do Fernando Pessoa, é isso mesmo - o concretizar dos sonhos, o sucesso que esperava que se fez anunciar.

Estranho a pouca divulgação desta menina. Merecia mais...




Pedras do meu caminho
Adriana

Tenho calor o ar está fraco
O que eu não dava para ter
Um pouco mais para viver
A luz apagou-se já não se ouve nada
Cá fora falta, cá fora não chega
Um pouco mais para matar a sede

Qualquer dia eu vou guiar
Um Ferrari amarelo e
Qualquer dia o meu castelo terá
pedras, pedras, pedras
do meu caminho...

Deito o meu peito sob a relva
Ao longe a porta parece abrir
Eu fecho os olhos sem fugir
Saiu de casa viu-me deitada
Perguntou me se eu tinha para onde ir
E eu disse a verdade

Qualquer dia eu vou guiar
Um Ferrari amarelo e
Qualquer dia o meu castelo terá
pedras, pedras, pedras,
do meu caminho...

Levou-me para dentro
De dentro olhei para fora
E vi o meu castelo com
Pedras, pedras, pedras,
do meu caminho...



quarta-feira, agosto 25, 2010

# CCCXCV - Dos pés

.
.
.



[Matosinhos, Agosto'10]




Tempo de férias é tempo de tempo livre. De dispor desse tempo, de o deixar rolar, sem a pressa dos compromissos de todos os dias.


E pode-se fotografar, experimentar, brincar...


Foi assim que se fez esta foto.


E, depois da foto, surgiu a brincadeira de recordar frases feitas com a palavra ou pés. Lembramo-nos destas :


Acordar com os pés de fora – estar maldisposto
Armar um pé-de-vento – arranjar confusão
Dar com os pés – desfazer uma relação
Dar um tiro no pé – algo que se imaginava como positivo e que se revela, afinal, como sendo negativo
Do pé para a mão – como por magia e rapidamente
Estar com os pés para a cova - moribundo
Ir num pé e voltar no outro – ser rápido
Levar ao pé da letra – interpretar literalmente
Meter o pé na argola – cometer um erro ou gafe
Meter os pés pelas mãos – ser apanhado a mentir
Não ter pés nem cabeça – não fazer sentido
Pé de chumbo – dançar mal
Pôr o pé em ramo verde – correr um risco
Santo com pé de barro – aparentar virtudes que não se possui


Há certamente muitas mais. [Alguém quer contribuir para o engrossar da lista?]
A melhor, para mim, é :


Pés Quentes, Cabeça Fria, Cu Aberto, Boa Urina - Merda para a Medicina.


E, das canções com "Pés", além da óbvia "Ponha aqui o seu pézinho", muitas outras poderiam ser escolhidas. Fiquei-me por esta, que acho merecedora de partilha:



Angel Feet
[Norfolk & Western]

Red an white
Italian table cloth
Wrapped around
Your body tied with knots
Sit on the couch and
Twiddle with your toes
Talk about the divorce
Maybe not today
Cause you're so far away
I'll be playin' here
And tippin' on my toes
I got angel feet on my mind







terça-feira, agosto 24, 2010

# CCCXCIV - He's back!

.
.
.


[Passeio do Campo Alegre, Agosto'10]



A fotografia regista um pormenor do trabalho do escultor Henrique Araújo Moreira, o Monumento a Raul Brandão no Jardim do Passeio Alegre. O olhar do pescador, toda aquela expressão impressa na pedra, faz a ligação com a canção de hoje - The Partisan do, e pelo, graaaaaandeeeeeeeee Leonard Cohen.

O canadiano está em digressão mundial - passa por Lisboa em Setembro - e tem um novo disco (Songs from the road). Brilhante. O que se perde (ou poupa?) na voz do cantor ganha-se na riqueza dos instrumentais - e as canções eternas do Cohen vestem uma roupagem algo jazzísticas simplesmente brutal.


The partisan
Leonard Cohen

When they poured across the border
I was cautioned to surrender,
this I could not do;
I took my gun and vanished.

I have changed my name so often,
I've lost my wife and children
but I have many friends,
and some of them are with me.


An old woman gave us shelter,
kept us hidden in the garret,
then the soldiers came;
she died without a whisper.

There were three of us this morning
I'm the only one this evening
but I must go on;
the frontiers are my prison.

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we'll come from the shadows.

Les Allemands étaient chez moi,
ils me disent, "résigne toi,"
mais je n'ai pas peur;
j'ai repris mon arme.
J'ai changé cent fois de nom,
j'ai perdu femme et enfants
mais j'ai tant d'amis;
j'ai la France entière.
Un vieil homme dans un grenier
pour la nuit nous a caché,
les Allemands l'ont pris;
il est mort sans surprise.

[The Germans were at my home
They said, "Surrender yourself"
But I am not afraid
I have retaken my weapon
I have changed names a hundred times
I have lost wife and children
But I have so many friends
I have all of France
An old man, in an attic
Hid us for the night
The Germans captured him
He died without surprise.]

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we'll come from the shadows.




sábado, agosto 21, 2010

# CCCXCIII - Entrelaçar

.
.
.




[d'O Desterrado de Soares dos Reis, Agosto'10]


Voltei ao Museu Nacional de Soares dos Reis. Sem companhias, sem pressas nem pressões...

Senti alguma falta do leitor de mp3. Nos ouvidos devia ter levado uns instrumentais. Foi o único senão...

E, perante O Desterrado, teria escutado esta belíssimo Train Leaves at Eight (To Treno Fevgui Stis Okto), do Mikis Theodorakis (The Walkabouts).

O entrelaçado teria sido algo muito próximo da perfeição!



segunda-feira, agosto 16, 2010

# CCCXCII - RIP Abbey!

.
.
.



Neste 15 de Agosto, com oitenta anos, faleceu Abbey Lincoln.

Para mim, era uma das grandes divas do Jazz Vocal. A sua luta pelos direitos humanos, contra o racismo, fica colada ao personagem mítico que ela encarnou.

Para os visitantes deste espaço, deixo a versão do clássico da Grande Depressão norte-americana, gravado pela Abbey em 1991, em colaboração com o gigante Stan Getz, para o seu (dela) álbum You Gotta Pay the Band.

Das canções que ela interpretou (e que eu conheço!), esta é a minha favorita.


"Brother, Can You Spare a Dime,"
lyrics by Yip Harburg, music by Jay Gorney (1931)

Once I built a railroad,
I made it run,
made it race against time.
Once I built a railroad;
now it's done.
Brother, can you spare a dime?

Once I built a tower, up to the sun,
brick, and rivet, and lime;
Once I built a tower,
now it's done.
Brother, can you spare a dime?

Once in khaki suits, gee we looked swell,
Full of that Yankee Doodly Dum,
Half a million boots
went slogging through Hell,
And I was the kid with the drum!

Say, don't you remember,
they called me Al;
it was Al all the time.
Say don't you remember,
I'm your pal
Buddy, can you spare a dime?

Once in khaki suits, gee we looked swell,
Full of that Yankee Doodly Dum,
Half a million boots
went slogging through Hell,
And I was the kid with the drum!

Say, don't you remember,
they called me Al;
it was Al all the time.
Say, don't you remember,
I'm your pal
Buddy, can you spare a dime?





segunda-feira, agosto 09, 2010

# CCCXCI - Maria Clementina: QUEM SÂO???

.
.
.


[As cores deste Verão Agosto'2010]



Os Maria Clementina, quais Gorillaz, lançaram um projecto envoltos num anonimato propositado num dejá-vu golpe de marketing colados à publicidade ("patrocinados por uma bebida qualquer" - como convém a quem possa dizer "eu gosto é do Verão").

São “quatro alter-egos de quatro músicos famosos da cena musical nacional (que não querem, porque não querem dizer quem são)“. Os Maria Clementina são Raquel Menina (voz), Juca Pavico (guitarra, piano e voz), Enrique Mita (banjo, baixo e voz) e Manuel de Malta (bateria, theremin, arranjos e outros)- eu apostaria em Samuel Úria, Maria de Medeiros e Tiago Bettencourt. O quarto deles, por mais que olhe para o desenho, não o ouso sequer tentar reconhecer!







Vou ser alguém ( Quando eu nascer )
Maria Clementina



Quando eu nascer vou ser do bem
Quando eu quiser vou ser alguém
Vou me libertar largando o chão
Para poder subir ao meu verão
Então, meu bem, vou ser alguém



Quando eu nascer vais ver, meu bem
Quem me encontrar vai querer sorrir
Quem me descobrir vai querer ficar
Vou fazer feliz o mundo vão
Então, meu bem, vou ser alguém



Meu sopro aquece a água fria
Meu nome para abraçar o dia
Maria Clementina