sexta-feira, dezembro 26, 2008

# CCLXXXI - Que tenhas um 2009...


[Casa, Dezembro de 2008]




... GENUÍNO!



Como o crepitar de uma lareira, aquecendo toda a sala.
Como a escrita lúcida, inspirada e inspiradora de Murakami.
Como um cantar de Trás-os-Montes.





O novo ano está quase a chegar, mas o antigo arrasta ainda os seus pesados contornos. Tal como a água do mar e a água do rio medem forças na foz do rio, o velho ano e o novo ano lutam e misturam-se. Ninguém sabe dizer ao certo de que lado do tempo se situa o seu centro de gravidade.

[Adaptado de After Dark / Haruki Murakami, 2007]







[Esta noite foi à ronda - Duas Igrejas / Felisbina Sampedro]

quinta-feira, dezembro 25, 2008

# CCLXXX - Correr, ao som de uma boa canção.


[ Correr...mudar as cores - Dez'08]




Há canções que, pelo menos durante uns tempos, assumem o epíteto de "Perfeitas". Simples, são sempre de uma simplicidade gritante as canções (temporariamente) perfeitas.


2008 trouxe-nos os Fleet Foxes, com esta canção. Que é daquelas de que falava... por enquanto. Vicia, a cadência...


Apetece-me levá-la comigo. Na corrida.


[Fleet Foxes - White Winter Hymnal]


I was following (...) the pack
All swallowed in their coats
With scarves of red tied ’round their throats
To keep their little heads
From fallin’ in the snow
And I turned ’round and there you go
And, Michael, you would fall
And turn the white snow red as strawberries
In the summertime





segunda-feira, dezembro 22, 2008

# CCLXXIX - Um Natal ... Bem Bom!


[Um mesmo Natal, muitas realidades - Ainda das imagens recolhidas na R. Miguel Bombarda - The famous...]


A todos os que por aqui vão passando, desejo uns tempos tranquilos, temperados com o que de melhor há.

E, porque o Natal é uma especificidade por demais particular, desta vez fica um instrumental em partilha. Se tiverem curiosidade, podem ouvi-lo vocalizado, por exemplo, em http://br.youtube.com/watch?v=8wpovHCGGuo





domingo, dezembro 07, 2008

# CCLXXVIII - Weeds


[Uma série viciante...]


Casualmente, apanhei um ou outro episódio na RTP2.
Quando tive acesso à série, comecei a ver, episódio por episódio. Fui vendo, gostando, vendo, amando, vendo, viciando-me...

É excelente a trama. Excelentes os desenvolvimentos, a banda sonora, a imaginação, o humor...

Aconselho VIVAMENTE!

A canção de abertura da série remete para a massificação ou, até mais, para a formatação que muitos sofremos. As mesmas vivências, os mesmos percursos que se eternizam, os mesmos problemas, as mesmas "vidinhas" que se replicam. A aldeia global, no seu pior.

O conceito usado no que toca ao tema de abertura foi soberbo. Enquanto que na primeira série, todo o tema foi o da versão (original - é ela a autora do tema) da Martina Reynolds nas segunda e terceira séries foram usadas várias versões deste tema [ 2×01:Elvis Costello 2×02:Death Cab for Cutie 2×03:Engelbert Humperdinck 2×04:Kate & Anna McGarrigle 2×05:Charles Barnett 2×06:Aidan Hawken 2×07:Ozomatli 2×08:The Submarines 2×09:Tim DeLaughter Polyphonic Spree 2×10:Regina Spektor 2×11:Jenny Lewis and Johnathan Rice 2×12:Malvina Reynolds 3×01:Randy Newman 3×02:Angelique Kidjo 3×03:Kinky 3×04:Donovan 3×05:Billy Bob Thornton 3×06:The Shins 3×07:The Individuals 3×08:Man Man 3×09:Joan Baez 3×10:The Decemberists 3×11:Michael Franti 3×12:Persephone's Bees 3×13:Laurie Berkner 3×14:Linkin Park 3×15:Malvina Reynolds (abertura)& Pete Seeger (fecho) ].

Entretanto, investigando um pouco mais sobre este tema, descobri que há versões em várias línguas (mesmo de leste!). Em Francês, por Graeme Allwright "Petites boîtes", em Castelhano, por Victor Jara "Las Casitas del Barrio Alto", por Adolfo Celdrán "Cajitas", em Português, pela Nara Leão, etc., etc, etc., ...






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Malvina Reynolds

Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky-tacky,
Little boxes, little boxes,
Little boxes, all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

And the people in the houses
All go to the university,
And they all get put in boxes,
Little boxes, all the same.
And there's doctors and there's lawyers
And business executives,
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.
And they all play on the golf-course,
And drink their Martini dry,
And they all have pretty children,
And the children go to school.
And the children go to summer camp
And then to the university,
And they all get put in boxes
And they all come out the same.

And the boys go into business,
And marry, and raise a family,
And they all get put in boxes,
Little boxes, all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky-tacky
And they all look just the same.

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CASITAS DEL BARRIO ALTO

Victor Jara (Chile)


Las casitas del Barrio Alto
con rejas y antejardin,
una preciosa entrada de autos
esperando un Peugeot.
Hay rosadas, verdecitas,
blanquitas y celestitas,
las casitas del Barrio Alto
todas hechas con resipol.
Y las gentes de las casitas
se sonrien y se visitan.
Van juntitos al supermarket
y todos tienen un televisor.
Hay dentistas, comerciantes,
latifundistas y traficantes,
abogados y rentistas.
Y todos visten policron,
juegan bridge, toman martini-dry.
Y los niños son rubiecitos
y con otros rubiecitos
van juntitos al colegio high.
Y el hijito de su papi
luego va a la universidad
comenzando su problematica
y la intringulis social.
Fuman pitillos en Austin mini,
juegan con bombas y con politicos,
asesina generales,
y es un gangster de la sedicion.
Y las gentes de las casitas
se sonrien y se visitan.
Van juntitos al supermarket
y todos tienen un televisor.
Hay rosadas, verdecitas,
blanquitas y celestitas,
las casitas del Barrio Alto,
todas hechas con resipol.

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Uma caixa bem na praça, uma caixa bem quadradinha
Uma caixa, outra caixa, todas elas iguaizinhas
Uma verde, outra rosa e uma bem amarelinha
Todas elas feitas de tic tac, todas elas iguaizinhas

As pessoas nessas casas vão todas pra universidade
Onde entram em caixinhas quadradinhas iguaizinhas
Saem doutores, advogados, banqueiros de bons negócios
Todos eles feitos de tic tac, todos, todos iguaizinhos

Jogam golf, jogam pólo, bebendo um bom martini dry
Todos têm lindos filhinhos bonitinhos e engomadinhos
As crianças vão pra escola, depois pra universidade
Onde entram em caixinhas e saem todas iguaizinhas

Os rapazes ficam ricos e formam uma família
Todos eles em caixinhas, em casinhas iguaizinhas
Uma verde, outra rosa e outra bem amarelinha
E são todas feitas de tic tac, todas, todas iguaizinhas


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Fica a tocar a versão da Regina Spektor, com a letra (quase) fiel à original :