domingo, junho 29, 2008

# CCLI - Canções de Verão


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[Paredes, Abril de 2008]


Por vezes sabe-me bem berrar, preferencialmente noite fora e enquanto conduzo, algumas canções que o leitor do carro vai (que remédio tem!) repetindo.
Uma das últimas é esta, dos Coldplay, que traduz, na perfeição, o modo de vida actual de muitos jovens (e de outros bem menos jovens)...



Coldplay - Cemeteries Of London

At night they would go walking
'till the breaking of the day
The morning’s for sleeping
Through the dark streets
They’d go searching
To see God in their own way
Save the nightime for your weeping

Your weeping…

Singing
la la lala la la ehh
And the night over London, lay

So we rode down to the river
Where the tombs were stone
For the curse is to be broken
We’ll go underneath the arches
Where the witches aren’t the same
There are ghost towns in the ocean

The ocean..

Singing
la la lala la la ehh
And the night over London, lay

God is in the houses
And God is in my head
And all the Cemeteries of London
I see God come in my garden
But I don’t know what he said
For my heart it wasn’t open
Not open…

Singing
la la lala la la ehh
And the night over London, lay

Singing
la la lala la la ehh
There’s no light over London today





domingo, junho 22, 2008

# CCL - Mais um 24 de Junho

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[Espectáculo pirotécnico - noite de 21 de Junho de 2008]





Na RTP, num dos programas de José Hermano Saraiva (JHS), falou-se do S. João de Sobrado. Com algumas incorrecções, perdoadas por quem se habituou a gostar deste simpático colaborador salazarista que conseguiu regenerar a sua imagem perante toda uma nação e por todos aqueles que sentem orgulho de ver as tradições da sua terra (Sobrado - Valongo) em destaque.
Fica aqui um extracto do guião do que JHS gesticulou/disse nesse programa:


"Outra freguesia é a de Sobrado. Sobrado, quer dizer uma casa que tem além do rés-do- chão um primeiro andar, sobre a casa há outra casa, sobrado, e era única que teria uma casa com primeiro andar, visto que só esta é que se chamava sobrado. O mais importante no Sobrado pode ver-se aqui na Igreja que está na nossa frente, é uma linda igreja, tem um altar-mor magnífico, tem excelentes imagens, mas o mais importante de tudo é aquela imagem aparentemente insignificante. São dois palmitos, e bem, pois bem todos os anos, no dia de S. João, vêm aqui uns marotos, roubam a imagem e todo o dia de S. João há uma guerra, há uma guerra entre os querem que o S. João não saia daqui, os que querem levar para curar a filha do Rei Mouro. Esse espectáculo é um dos mais espantosos que se podem ver em Portugal. Eu vou-lhes falar nele.


Na Vila do Sobrado realiza-se todos os anos, no dia de S. João, como sabem é o 24 de Junho, uma manifestação colectiva, surpreendente, única em Portugal, fala-se pouco nela, não percebo porquê, é uma coisa duma intensidade, duma vibração, só tem semelhança no Carnaval Carioca, é uma coisa em que toda a Vila dança, toda a vila estremece, e luta, e combate, é uma coisa espantosa, espantosa. Sei que liga-se com lendas locais. Dizem que quando os mouros estavam lá nas serras, havia um santo cá no vale, o santo claro, era o S. João, era o S. João, e o Rei, o Rei mouro tinha uma filha muito doente, mas sabia que o S.João fazia milagres.

Então mandou cá baixo buscar a estátua do S. João, que lhe curou a filha e depois ele não restituiu a estátua. Então os cá de baixo, que são realmente os bugios, foram lá cima para trazer a estátua para baixo, isso deu uma luta dos diabos. Bugios porquê? Bom, porque eles iam mascarados, vão todos mascarados. São dois grupos, os bugios que são aqueles, são a grande maioria, são centenas, cada um fardado, arranjado à sua maneira, enfim, lá vai, um vestido de vermelho, que é realmente o velho bugio, é o que manda neles todos, mas são centenas. Os mourisqueiros são muito menos, são algumas dezenas, algumas dezenas. São estes que estão daqui, vêm-nos aqui, este tem dragonas, dragonas, é portanto o Reimoeiro, Reimoeiro uma palavra só, estes são umas dezenas, aqueles são a maioria.

E como vêm nestes arranjos ainda há uma sugestão das fardas das invasões francesas, ficaram na memória popular, portanto isto mistura histórias de mouros,com histórias do cristianismo, com histórias das invasões francesas, com histórias do culto de S. João, está lá a imagem do S. João na igreja, e tem uma força e uma violência, já previno que quem não tiver coragem não vá lá, porque ainda mantém um certo grau de brutalidade. Atiram com lama e até às vezes com bosta de vaca à cara das pessoas, porque um tipo ao entrar tem logo que dizer se é bugio ou mourisqueiro, ou toma um lado ou outro, depois aquilo há combate, há, começa com um grande desfile inicial com centenas e centenas de figuras, depois lutam, depois há palanques, depois há conquistas.
Acaba tudo quando, realmente os bugios, têm uma ideia muito inteligente vão arranjar um monstro, que é uma serpe, uma serpe e aqui há uma influência do dragão chinês, e vêm lá com a serpe, é claro que os mourisqueiros têm muito medo daquele monstro, fogem todos, e aquilo acaba tudo em bem, depois uma grande festa em que todos se abraçam e confraternizam e há uma comesaina. É um dos fenómenos mais extraordinários, mais densos de significação e menos conhecidos do folclore tradicional português.


Aqui fica o aviso, quem quiser ver uma coisa única em Portugal no dia de S. João vá ao Sobrado. "

[Videofono - IMAGEM, SOM E EDIÇÃO, LDA]



Para os mais aficcionados, um cheirinho duma marcha que todos os amantes desta festa conhecem:



domingo, junho 15, 2008

# CCXLIX - Há vícios assim!

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[À beira-mar...]


Vícios como o de querer trazer o mar na alma, ao som da voz da New Girl on the Block : Gabriella Cilmi, neste Lessons to be learn.

E se há lição que ela faz questão de ensinar é a de que este mundo funciona melhor quando está de pernas para o ar. E, quando estás incendiado de desejo, não corras.

Sábia, a moça.

Cuida-te Amy. Cuida-te Duffy... temos uma nova voz no pedaço!


Ooh watching me, hanging by a string this time
Don’t easily, the climax of the perfect lie
Ooh watching me, hanging by a string this time
Don’t easily, smile worth a hundred lies

If there´s lessons to be learned
I’d rather get my jamming words in first so
Tell you something that I’ve found
That the world's a better place when it's upside down, boy

If there´s lessons to be learned
I’d rather get my jamming words in first so
When your playing with desire
Don’t come running to my place when it burns like fire

Chorus
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah

Blue, blue, blue, waves they crash
As time goes by, so hard to catch
Too, too smooth, ain’t all that
Why don’t you ride, my side of the tracks

If there's lessons to be learned
I’d rather get my jamming words in first so
Tell you something that I’ve found
That the worlds a better place when its upside down, boy

If there's lessons to be learned
I’d rather get my jamming words in first so
When your playing with desire
Don’t come running to my place when it burns like fire, boy

Chorus
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah

Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah
Sweet about me, nothing sweet about me .. yeah



domingo, junho 08, 2008

# CCXLVII - E quem um dia irá dizer?

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[De noite, há muitos gatos ... pardos!]


Como milhares de outros, tenho uma predilecção assumida por Renato Russo, a alma dos Legião Urbana. Ouvi, ouvi, ouvi, continuo a ouvir,...
Um dos temas de que mais gosto é este que hoje posto : Eduardo e Mônica.
Quantos Eduardos, quantas Mónicas conheceremos nós? Quantos de nós acreditam nas razões do coração?




Eduardo E Mônica
Legião Urbana - Composição: Renato Russo

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão...?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram...

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer...
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não 'tou' legal, não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar..."

Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete,
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camêlo
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica era nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema "escola, cinema
clube, televisão"...

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser...

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar...

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar... (Nããããoooo!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no Verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
Ah! Ahan!

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão...?





domingo, junho 01, 2008

# CCXLVI - Los mesmos errores


[Olhares lineares, visões vulgares - Maio'08]



James Blunt - Same Mistakes

So while I'm turning in my sheets
And once again, I cannot sleep
Walk out the door and up the street
Look at the stars beneath my feet
Remember rights that I did wrong
So here I go

Hello, hello

There is no place I cannot go
My mind is muddy but
My heart is heavy, does it show
I lose the track that loses me
So here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

And so I sent some men to fight,
And one came back at dead of night,
Said "Have you seen my enemy?"
Said "he looked just like me"
So I set out to cut myself
And here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake again,

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

And maybe someday we will meet
And maybe talk and not just speak
Don't buy the promises 'cause
There are no promises I keep,
And my reflection troubles me
So here I go

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake again

Oo oooooo ooo ooo oo oooo...

So while I'm turning in my sheets
And once again, I cannot sleep
Walk out the door and up the street
Look at the stars
Look at the stars, falling down,
And I wonder where, did I go wrong.