quinta-feira, fevereiro 15, 2007

# CLXXXVIII - Um bom Carnaval...


("Se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio")


Porque consegui roubar ao tempo uns dias, volto depois de "tudo se acabar na quarta-feira". Alguns dias depois.. ;)
Até lá, deixo a Cristina Branco (que neste a capella me convence) e a Maria Bethânia (a senhora sentimento da mpb),a chamar-nos para o Carnaval pois "essa tristeza [nos] faz muito mal" .
Divirtam-se!!!
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Sonhei que estava um dia em Portugal
À toa num Carnaval em Lisboa
Meu sonho voa além da Poesia
E encontra o poeta em Pessoa
A lua mingua
E a língua Lusitana acende a chama
E a palavra Lusíada
Na via pública
Em forma de música:
Lusíada, Lusíada, Lusíada...

Anda, Luzia
Pega um pandeiro, vem pro carnaval
Anda, Luzia
Que essa tristeza lhe faz muito mal
Apronta a tua fantasia
Alegra teu olhar profundo
A vida dura só um dia, Luzia,
E não se leva nada desse mundo

(Sonhei que estava um dia em Portugal - DeBarro, Moreira; Anda Luzia - Braguinha e João de Barro)





sábado, fevereiro 10, 2007

# CLXXXVII - Divas - Dezoito - Patricia Kaas


(As flores teimam em regressar, malgré tout)

Com alguma pena, assisto à decadência da língua francesa por terras lusas. Em jeito de brincadeira, costumo dizer "C'est une langue pour le lit!".

Com o desuso da língua, também se perderam as canções francesas mais actuais. Desta nova vaga (se se pode chamar assim à Kaas - que já cá anda nestas lidas desde 1988), aprecio de sobremaneira a Patricia Kaas. Fica uma canção para aguçar apetites, gravada no seu concerto no Olympia e, para mim, a melhor versão deste tema:


LES HOMMES QUI PASSENT (D. Barbelivien - F. Bernheim)

Les hommes qui passent Maman
M'envoient toujours des cartes postales
Des Bahamas Maman
Les hommes qui passent tout le temps
Sont musiciens artistes peintres ou comédiens
Souvent.
Les hommes qui passent Maman
M'offrent toujours une jolie chambre
Avec terrasse Maman
Les hommes qui passent je sens
Qu'ils ont le coeur à marée basse des envies d'océan.
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un mois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Les hommes qui passent tout le temps
Ne me donnent jamais rien que de l'argent.

Les hommes qui passent Maman
Leurs nuits d'amour sont des étoiles
Qui laissent des traces Maman
Les hommes qui passent violents
Sont toujours ceux qui ont gardé
Un coeur d'enfant perdant.
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un mois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Ne me donnent jamais rien que de l'argent.

Les hommes qui passent Maman
Ont des sourires qui sont un peu
Comme des grimaces Maman
Les hommes qui passent troublants
Me laissent toujours avec mes rêves
Et mes angoisses d'avant.
Les hommes qui passent pourtant
Qu'est-ce que j'aimerai en voler un
Pour un mois pour un an
Les hommes qui passent Maman
Ne me donnent jamais rien que de l'argent.

Les hommes qui passent Maman
Les hommes qui passent Maman
Les hommes qui passent pourtant
Les hommes qui passent Maman.





segunda-feira, fevereiro 05, 2007

# CLXXXVI - A propósito de deficiências


(Uma bailava, só... Janeiro de 2007)


Um dos meus poetas/pensadores preferidos é o espantoso Mário Quintana, que já por aqui fui referindo. Hoje partilho com quem me vai lendo o chamado Dicionário de Quintana:




"Deficiente"
É aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.


"Louco"
É quem não procura ser feliz com o que possui.


"Cego"
É aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


"Surdo"
É aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.


"Mudo"
É aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.


"Paralítico"
É quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.


"Diabético"
É quem não consegue ser doce.


"Anão"
É quem não sabe deixar o amor crescer.


E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."

(Mário Quintana)




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Para acompanhar este texto, nada melhor do que o tema Wings, de Gustavo Santaollala: