terça-feira, janeiro 23, 2007

# CLXXXIV - Pode o amor separar-nos?


(Brechas - Novembro'2006)



Love will tear us apart

When the routine bites hard, and ambitions are low
And the resentment rides high, but emotions won't grow
And we're changing our ways, taking different roads
Then love, love will tear us apart again,
Love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold? You've turned away on your side
Is my timing that flawed - our respect run so dry?
Yet there's still this appeal that we've kept through our lives
Love, love will tear us apart again,
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep - all my failings expose
There's a taste in my mouth, as desperation takes hold
Is this something so good just can't function no more
When love, love will tear us apart again,
Love, love will tear us apart again


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A versão da Susanna and the Magical Orchestra, do tema dos Joy Division, de Novembro de 1979, Love will tear us apart:




domingo, janeiro 21, 2007

# CLXXXIII - Divas - Dezassete - Martírio


(Os jacintos já espreitam à janela da cozinha)

Há músicas assim. Simples. Belíssimas...
Esta fala-nos de almas. De almas gémeas. Há quem as procure a vida inteira.
Há também quem tenha a sorte de ter encontrado a sua alma gémea.
Há quem viva com ela.
Há ainda quem, ao ouvir esta canção, se sinta pertinho da sua alma gémea.

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Alma mía ( María Greever) - Interpretação de Martírio

Alma mía sola, siempre sola,
sin que nadie comprenda tu sufrimiento,
tu horrible padecer;
fingiendo una existencia
siempre llena de dicha y de placer,
de dicha y de placer...

Si yo encontrara un alma como la mía,
cuantas cosas secretas le contaría,
un alma que al mirarme
sin decir nada
me lo dijera todo con su mirada.
Un alma que embriagase
con suave aliento,
que al besarme sintiera lo que yo siento,
y a veces me pregunto que pasaría
si yo encontrara un alma como la mía







sábado, janeiro 13, 2007

# CLXXXII - Acontece-nos perder alguém...


(Amsterdam, Outubro de 2006)

... porque precisou de outros voos.

... porque simplesmente se cansou de viver.

.... porque a vida quis assim.

Nestas alturas relembro os Everything but the girl, neste The road. E a estrada é mesmo muito longa, sempre com outras estradas paralelas ou não.

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You packed your books last week,
you break with the past tonight.
I hope you find some beach house on the coast
out there with plenty of light.
Cause I know the road is very long
But in my head
I'll always hold your song

And I'll keep a good thought for you.
I'll keep a good thought for you.

You left us "The Best of Frank"
and on the back you signed your name.
"One For My Baby" was underlined again.

Now I know the road is very long
But in my head I'll always hold your song,
And I'll keep a good thought for you
- If you're lonely think of me.
I'll keep a good thought for you
-If you're lonely think of me.

There's a couple you knew quite well,
they moved away last Spring,
And though he can't find suits
they don't miss much of anything.
They're raising a baby now.
At least that's one gift that this world allows.

And I'll keep a good thought for you,
I'll keep a good thought for you.

Cause I know the road is very long
But in my head I'll always hold your song,
And I'll keep a good thought for you
-If you're lonely think of me.





sexta-feira, janeiro 05, 2007

# CLXXXI - Divos - Doze - Zeca Afonso


(Por esses quintais perdidos vamos... Aveleda, 2005)

Ontem dei com o meu rapaz a treinar para hoje, na escolinha, se sair bem com a canção das Janeiras. Tem a sorte de ter uma professora que valoriza muito as tradições, os usos e costumes tipicamente portugueses - nos teatros baseia-se em contos populares, nas canções prefere as portuguesas tradicionais...

E assim, lá trauteava ele " Vamos cantar as janeiras, vamos cantar as janeiras..." .Sem o saber, pôs-me a viajar no tempo.

Chegavam ao fim os anos 80. Por ter indicado outros sócios, tinha direito a escolher uns prémios da revista do Círculo de Leitores. Foi assim que tive o meu primeiro cd - cantares do andarilho, do José Afonso, Série Ouro! A primeira edição neste formato do LP de 1968. Escolhido entre muitos outros, ouvido muitas vezes na aparelhagem nova, com o encantamento de sempre.

E, porque estamos em véspera de dia de Reis, fica partilhado o Natal dos Simples - para recordar, para viajar nas memórias.


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Natal dos Simples de José Afonso

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

Letra e música de José Afonso in LP "Cantares do Andarilho", 1968




quinta-feira, janeiro 04, 2007

# CLXXX - Poesia III - Sandra Costa


(Aveleda, Penafiel - num Inverno)


Por altura do lançamento de mais uma obra da poetisa Sandra Costa, partilho - na convicção de que é uma excelente forma de começar este 2007 - um dos seus poemas d' A vocação dos Homens Silenciosos (pela Cosmorama Edições):

Suspeitava que quando regressasse
às palavras sentiria medo e um tolo
desejo de ser musgo de inverno

nos telhados das casas abandonadas


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(Enya, excerto de Winter):